Dom Rafael Biernaski
Bispo de Blumenau(SC)
“Salve ó Senhora Santa, Rainha Santíssima, Mãe de Deus, ó Maria… Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem”. Com estas belas palavras de São Francisco de Assis, unimo-nos a todas as alegrias celebradas neste mês de maio, carinhosamente dedicado à Nossa Senhora. Quanta ternura e fé demonstradas na reza do Terço meditado, nas procissões e coroações, de casa em casa ou nas Igrejas das comunidades, celebrando o Amor de Deus em Maria, agradecendo as bênçãos e louvando pelas maravilhas recebidas. “O Senhor fez em mim maravilhas… Santo é o Seu nome” (Lc 1,46-55). Aprendemos desde cedo a rezar “Ave Maria”, fazendo ecoar as palavras do Anjo Gabriel àquela jovem de Nazaré, plena de Graça, acolhendo e dizendo “Eis aqui a serva do Senhor”. Maria, nossa Mãe, do primeiro e decidido “Sim” até os pés da Cruz, presente no início da Igreja em Pentecostes, ensina-nos a fazer o que o Senhor disser.
A palavra de Maria remete à Palavra, o “Verbo feito carne que habitou entre nós” (Jo 1,14). Maria nos convida a viver cada palavra do Senhor, ao mesmo tempo que se torna o modelo de quem anuncia a Palavra, pois “era feliz porque ouviu a palavra de Deus e a pôs em prática; guardou mais a verdade de Cristo na sua mente do que o corpo de Cristo no seu seio” (Santo Agostinho). Maria gerou a Palavra e depois apresentou-a: aos pastores, aos magos e em Caná. Sendo Mãe da Palavra, nada atrai para si, mas põe-se a seu serviço, tornando-se “serva da Palavra”, indo apressadamente ao encontro de Isabel.
Seguindo seu exemplo, lançamo-nos todos à missão de anunciadores da Palavra, comunicando o Amor misericordioso do Pai que nos chama a viver em pequenas comunidades, escutando e meditando e rezando com a Sua Palavra, acolhendo as famílias e ensinando-as a fazer ecoar (=catequizar) o testemunho da fé recebida e transmitida; ajudando as crianças, os adolescentes e os jovens a fazerem a experiência do encontro com o Senhor, sabendo que “Cristo vive e quer-te vivo” (Papa Francisco).
Viveremos este mês de variadas formas, demonstrando toda a riqueza da religiosidade popular que reza e canta os louvores de Maria, “no mistério de Cristo e da Igreja”, como expressão de seu amor e gratidão pela Mãe de todas as horas. Como São João Paulo II agradecemos: “Deste-nos a Tua Mãe como nossa, para que nos ensine a meditar e a doar no coração. Ela, recebendo a Palavra e colocando-a em prática, fez-se a mais perfeita Mãe”. Acolhe-nos, ó Mãe, e leva-nos a Teu Filho!