No próximo ano, em âmbito nacional, será realizada a terceira Campanha da Fraternidade Ecumênica. A primeira aconteceu no ano 2000, com o tema: Dignidade humana e paz. A segunda, no ano de 2005, com o tema: Solidariedade e paz.
Economia e vida é o tema da terceira Campanha da Fraternidade Ecumênica; e o lema:”Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”(Mt 6,24).
Com os objetivos de conhecer, divulgar e motivar a Campanha, Noventa e sete pessoas, procedentes do nosso Estado de Santa Catarina, encontraram-se em Lages nos dias 9, 10 e 11 de outubro.
Além dos representantes das Igrejas do nosso Estado, articuladas no CIER – Conselho de Igrejas para Estudo e Reflexão, foram convocados, para construir o mesmo seminário, outras três entidades, muito afinadas com os objetivos da Campanha da Fraternidade Ecumênica: O CAPA – Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor, que atua no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do sul, o FCES – Forum Catarinense de Economia Solidária e a Cáritas.
Pe, Vanzella, coordenador Nacional da Campanha da Fraternidade, introduziu o tema. Prof. Valmor Schiochet apresentou reflexão sócio-política-técnica sobre Economia Solidária, e o Pastor Dr. Valério Guilherme Shaper (IECLB) expôs reflexão bíblico-pastoral sobre Economia e Vida.
As exposições suscitaram amplo debate, troca de experiências e propostas sobre a concretização da Campanha em nossas Igrejas, comunidades, associações comunitárias e grupos de famílias.
Como perspectiva de continuidade do importante tema, ficou a proposta de, ao lado do economia solidária, um pouco mais conhecida, realizar seminário estadual sobre economia de comunhão. A coordenação do CIER ficou encarregada de encaminhar o evento no próximo ano, em data conveniente.
Houve insistência para que se divulgue ao máximo a proposta do grande projeto pastoral ecumênico, que é a Campanha da Fraternidade. Ao mesmo tempo, desatacou-se que é fundamental organizar uma equipe de animação regional, paroquial, para atingir o objetivo de uma eficiente dinamização do mesmo projeto.
A convivência fraterna, os momentos de oração, de cantos, dinâmicas, harmonizaram a profundidade do assunto com o bom aproveitamento da oportuna iniciativa.
Em ambiente apropriado, ao lado da sala do encontro, for organizada uma feira de produtos de economia solidária, trazidos por diversos grupos de vários locais do nosso Estado. Num belo momento celebrativo, cada grupo apresentou um pouco da sua história e do seu jeito de trabalhar, de acordo com parâmetros reais de partilha, valorização do das pessoas e das suas famílias, numa postura ecológica de sustentabilidade. Constatava-se, na prática, o outro mundo possível, ao invés daquele, onde a desigualdade social, a concentração de recursos, o egoísmo, enfim, pauta a vida de pessoas, grupos, empreendimentos.
O apoio aos grupos de economia solidária já existentes e o incentivo ao surgimento de mais iniciativas desse tipo apareceram como atitudes práticas que vão fazer da nossa economia um instrumento de fraternidade, de vida e esperança, não só para os homens e mulheres. A natureza, o planeta, em seus gemidos e ameaças, participará dessa libertação, dessa vida nova, dos filhos e filhas de Deus, utilizando a expressão do Apóstolo Paulo (Cf. Rm 8,22).
Pe. Raul Kestring
Blumenau, 12 de outubro de 2009