Teodósio é apontado como um dos maiores líderes do monarquismo oriental do século V e conta ainda hoje com seguidores na Palestina.
Nasceu em 424, na Capadócia (hoje Turquia), e recebeu sua primeira educação cristã na família. Quando jovem tinha muita inclinação para os estudos e a piedade, por isso foi encarregado de fazer as leituras nas assembleias litúrgicas da sua cidade.
Lendo a história de Abraão, ficava impressionado com a ordem que Deus dera ao patriarca de abandonar a sua terra e ir para o lugar que lhe mostraria. Parecia que Deus queria o mesmo dele. Mas antes de tomar uma decisão a esse respeito, Teodósio fez uma viagem à terra santa, a fim de venerar os lugares santos e conhecer a vida monástica que lá florescia. Nessa ocasião encontrou-se com São Simeão Estilita que, sem conhecê-lo, chamou-o pelo nome e disse-lhe que Deus o escolhera para ser instrumento de salvação de muitas almas.
Depois dessa visita aos lugares santos de Jerusalém, decidiu consagrar-se à vida monástica num convento próximo à Torre de Davi, onde vivia um eremita de nome Longino. Sob a guia de Longino, Teodósio fez tanto progresso na disciplina monástica que lhe foi oferecida a provedoria de uma igreja de Nossa Senhora, construída no caminho de Belém por uma piedosa mulher. Obedecendo a seu mestre, Teodósio iniciou seu ministério, continuando a sua vida monástica. Aborrecido, porém, com as constantes e numerosas visitas, retirou-se para a solidão de uma gruta, onde viveu por trinta anos entregue à penitência.
A fama de sua santidade atraiu tantos candidatos à vida monástica que Teodósio, sem que o tivesse planejado, organizou o regulamento de uma comunidade, da qual veio a ser o superior.
O convento tomou aspecto de uma aldeia: além de abrigar quatrocentos monges, Teodósio construiu uma hospedaria para os peregrinos e um hospital, ao qual dedicou cuidados especiais, organizando os setores masculino e feminino e também um setor para os doentes mentais.
Sua confiança na divina providência era ilimitada, e esta nunca o abandonou, como provam as intervenções milagrosas com que Deus lhe enviava mantimentos. Grande também era a sua humildade, de par com a caridade. Conta-se que certa vez ao encontrar dois discípulos brigando, pôs-se de joelhos entre eles, lembrando-lhes a caridade fraterna, e não se levantou enquanto não fizeram as pazes.
A fama da santidade e da capacidade administrativa de Teodósio chegou aos ouvidos de João, bispo de Jerusalém, que o nomeou arquimandrita, isto é, superior geral de todos os monges da Palestina. Em Jerusalém, ele fez amizade com São Sabas, outro grande mestre do nonaquismo. Para defender, como São Sabas, a integridade da fé contra os monofisitas (hereges que negavam a distinção das naturezas divina e humana de Cristo), apoiados pelo imperador Atanásio, sofreu perseguições e foi desterrado. Seu exílio, contudo, durou pouco, pois o imperador morreu e Teodósio pôde voltar à Palestina para assumir a animação e a liderança da vida monástica.
Teodósio faleceu com 105 anos de idade, no dia 11 de janeiro de 509. Seus funerais foram presididos pelo patriarca de Jerusalém e seu corpo depositado numa gruta, escolhida por ele mesmo, perto de Belém. O mosteiro de São Teodósio durou mais de um milênio, sendo destruído pelos muçulmanos, no século XV. Os monges gregos ortodoxos cuidaram da sua reconstrução no início do século XX. Teodósio é hoje lembrado tanto pelo Martiriológio Romano, como pela liturgia da Igreja Grega.