Constantino I (272-337) foi o primeiro imperador cristão de Roma. Iniciou a construção de Constantinopla, sobre a antiga cidade de Bizâncio, e em 330 inaugurou a nova capital do Império.
Constantino I ou Constantino, o Grande, cujo nome completo era Flávio Valério Aurélio Constantino, nasceu em Naísso (mais tarde Nis), no dia 26 de fevereiro de 272. Filho do oficial grego Constâncio Cloro e de Helena, viveu a maior parte de sua infância e juventude na corte do imperador Diocleciano (284-305), que empreendeu a mais implacável de todas as perseguições contra os cristãos.
Para evitar os constantes conflitos por ocasião das sucessões, Diocleciano reorganizou a estrutura de poder que culminou com um governo baseado na tetrarquia, quando o império foi dividido em quatro partes: ele mesmo controlava as províncias Orientais e o Egito, confiou a Maximiano a Itália e a África Proconsular, a Galério entregou as regiões do Danúbio e da Ilíria, e a Constâncio Cloro, pai de Constantino, entregou a Espanha, a Gália e a Bretanha.
Imperador Romano
Em 305, após a morte de Diocleciano, os imperadores entraram em guerra interna. Nesse mesmo ano, Constantino juntou-se ao pai e participou das campanhas da Bretanha. No dia 25 de julho de 306, após a morte de Constâncio e a abdicação dos outros dois tetrarcas, as legiões a que Constantino comandava aclamaram-no imperador.
Em Roma, o título de Constantino não foi reconhecido, pois o sistema não admitia a sucessão hereditária. Em 310, surgiram outros pretendentes ao império: Maximino, seu filho Maxêncio e Licínio. Entretanto, Constantino já havia consolidado seu domínio sobre a Espanha, a Gália e a Bretanha. Em 312, Constantino aliou-se a Licínio e derrotou Maxêncio. Em 313, Maximino foi vencido por Licínio e Constantino dividiu com este o império.
Adoção do Cristianismo no Império Romano
Até sua vitória sobre Maxêncio, Constantino era um imperador pagão, mas em 312, induzido por uma visão sobrenatural de uma cruz flamejante, encimada pelas palavras “in hoc signo vinci” (sob o signo vencerás), trocou a águia do escudo de seus soldados por um monograma cristão.
Em 313, Constantino reconheceu oficialmente o cristianismo como religião pelo edito de Milão, e no mesmo ano, promulgou uma lei que protegia os sacerdotes cristãos contra as injurias dos hereges. Ainda em 313, construiu o “Arco de Constantino”, em Roma, próximo ao Coliseu, para comemorar a vitória na Batalha de Ponte Milvia.
Constantino I
Chefe Único do Império Romano
Até o ano de 324, Constantino e Licínio conseguiram superar as divergências entre eles, estabelecendo um sistema de revezamento como cônsules, juntamente com os filhos, mas motivado pelas perseguições de Licínio contra os cristãos, declarou-se a guerra entre os antigos aliados, que logo foi vencida por Constantino, que se tornou o primeiro chefe único do Império Romano, desde 285.
Com o passar dos anos, as convicções cristãs de Constantino foram se acentuando, pois proibiu que os senhores matassem os escravos, coibiu o adultério e o concubinato, extinguiu o suplício da cruz e interditou os combates de gladiadores. Embora exortasse seus súditos à conversão, ele mesmo só recebeu o batismo pouco antes de morrer.
Construção de Constantinopla
Em 326, sentindo que Roma se tornara imprópria para continuar como sede do vasto império romano, Constantino deu início à construção de Constantinopla, sobre a antiga Bizâncio (posteriormente chamada de Istambul pelos turcos), e inaugurou a nova capital em 11 de maio de 330.
Constantino I faleceu em Ancirona, perto de Nicomédia (atual Izmit, na Turquia), no dia 22 de maio de 337.
Curiosidade:
Segundo a lenda, originalmente a coroa de ferro usada por muitos reis romanos consistia simplesmente num fino diadema, que tivera como matéria-prima um dos cravos da Cruz de Cristo, encontrada em Jerusalém no ano de 321, por Santa Helena, mãe do Imperador Constantino I.
Após a morte do monarca, no ano de 337, a coroa que ele recebera de sua mãe foi recolhida ao templo de Santa Sofia, em Bizâncio onde, posteriormente, lhe teriam sido acrescentados os ornamentos que ela atualmente ostenta.
A coroa atravessou diversos reinados. Em 1530 tomou posse dela o Imperador Carlos V, que era senhor da Espanha e também assumiu o poder sobre a Itália.
Em 1805 a coroa estava na cabeça do imperador dos franceses, Napoleão Bonaparte, que disse ao tomar posse: “Recebi de Deus, que ninguém ouse tocá-la”.
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora