Entre os grandes profetas de Deus, Amós foi o primeiro a deixar suas mensagens por escrito, encabeçando uma lista onde se sucedem: Oséias, Isaías, Jeremias e outros.
Com o desenvolvimento e a popularização da escrita se desenrolando em toda a cultura mundial, no século VIII a.C., as profecias passaram a ser registradas e distribuídas com maior rapidez e eficiência do que com o método oral, expandindo a comunicação da palavra do Criador.
Profetas são pessoas com os pés no chão, profundamente conhecedoras da vida de seu povo e de sua realidade. Conhecem e vivem a realidade, mas são extremamente sensíveis a Deus.
Por isso são escolhidos e se tornam anunciadores da vontade de Deus para aquele momento histórico. E por isso denunciam tudo aquilo que fere a vontade de Deus.
Assim, aconteceu com as profecias de Amós que ficaram para a posteridade e pouco sobreviveu de sua história pessoal. Sabe-se ainda que antes de se entregar totalmente à sua religiosidade, Amós foi pastor de ovelhas em Tácua, nos limites do deserto de Judá, não há sequer razão para considerá-lo um proprietário de grandes proporções.
Um pequeno sítio talvez, com condições razoáveis para garantir-lhe sustento, a si e sua gente, onde permaneceu muito tempo, pois nem pertencia à corporação oficial dos profetas.
Teve um curto ministério religioso na região de Betel e Samaria, mas foi expulso de Israel e voltou à atividade anterior. Pregou depois durante o reinado de Jeroboão II, entre os anos 783 e 743 antes de Cristo.
Julgam os historiadores que Amós era ainda muito jovem quando recebeu um chamado irresistível de Deus para proclamar suas mensagens. Os Escritos registram também que seu trabalho espiritual abriu uma esperança para o povo, que sentia o peso do Senhor sobre certos habitantes.
No seu ministério profético aconteceu quando o povo de Israel vivia a divisão entre norte e sul. Amós embora originário do sul profetizou no norte, que viveu anos de instabilidade econômica, alternados com anos de prosperidade.
Esta que foi construída por alguns para si mesmos, enquanto que outros foram oprimidos. Por um lado havia luxo e fartura; por outro, empobrecimento e miséria.
O profeta Amós deixa claro que junto à tudo isso, vem a decomposição social, a corrupção religiosa e a falsidade no culto. O culto em sua falsidade encobria na verdade o grande pecado: a injustiça social.
Santa Balbina de Roma, Mártir – 31 de março
Martirológio Romano: Em Roma, comemoração de Santa Balbina, cujo título situado no Aventino mostra a veneração que se tributou a seu nome (antes de 595).
Apesar de poucas certezas sobre a vida de Santa Balbina, seu nome é venerado em uma antiquíssima igreja na via Ápia, nas proximidades de Roma. Também temos um cemitério que leva seu nome, supostamente o local onde Balbina foi enterrada.
É venerada como mártir, mas destaca-se sua consagração a Deus pela virgindade e sua perseverança de servir a Cristo.
Balbina etimologicamente significa “balbuciante”, na língua latina. Esta jovem foi incluída oficialmente no calendário dos santos a partir do século IX por causas alheias ao seu martírio.
Existia em Roma, entre as avenidas Ardeatina e Ápia, um cemitério “chamado Balbina”, em gratidão à senhora que se doou à Igreja. O normal foi o que sucedeu: o cemitério ficou conhecido pelo seu nome. E tem sua razão de ser pois se fez em honra de uma virgem e mártir de nome Balbina que ali estava enterrada. Outra razão mais forte era o seu parentesco com Quirino, pai da jovem, que sofreu também o martírio.
No relato legendário do martírio de Santo Alexandre (acta SS., Maii, I, 367 sqq.) o tribuno Quirino é mencionado, tendo morrido mártir e enterrado na catacumba de Praetextatus na Via Ápia.
Quirino foi objeto de grande veneração e estava inserido nos antigos itinerários (guias para os peregrinos) das catacumbas romanas. A tradição diz que sua filha Balbina, que havia sido batizada por Santo Alexandre e que jamais se casou, foi enterrada na mesma catacumba.
A vida de Balbina nos chegou pelo teatro medieval. São duas obras de Alejandro, que viveu no século VI, e uma outra obra teatral de Hermetis, uma espécie de apêndice ao primeiro.
Segundo estas duas legendas, Balbina era filha do mártir Quirino. Por se converter a fé cristã e ser batizada pelo Papa Alexandre, sofreu a pena do martírio. Estando doente com gravidade, o pai a levou ao Papa, que estava encarcerado, e ela se curou. Por sua riqueza e nobreza, muitos jovens a pediram em matrimônio, mas ela se manteve fiel ao seu voto de virgindade.
Em 132, mais provavelmente no dia 31 de março, foi “presa com o pai por ordem do imperador Adriano II (117-135) e, com barbaridade, cortaram- lhe a cabeça. Devido a sua bravura diante da morte e por ter morrido em nome da fé, foi elevada, pelos hagiógrafos, à categoria de mártir e santa, sendo-lhe dedicada uma Basílica Menor em Roma, a Basílica de Santa Balbina”.
Está sepultada ao lado de seu pai no antigo cemitério entre as vias Ápia e Ardeatina, o qual recebe seu nome.
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Roma, ano 595: havia uma rua com o título “B”, em clara alusão a Balbina, e um cemitério situado na Via Ápia. Provavelmente a heroína da legenda foi a fundadora da rua e do cemitério. E como era costume então, os hagiógrafos diziam que foi elevada à dignidade de mártir.
A catacumba de Balbina se estende entre a Via Ápia e a Via Ardeatina, a pouca distância da pequena igreja chamada Domine quo vadis (Aonde vais, Senhor).
No século IV, o Papa Marcos erigiu sobre este cemitério uma basílica. Existe, entretanto, sobre a pequena Aventina, dentro da mesma cidade, o velho título de Santa Balbina primeiro mencionado em um epitáfio do século VI e nas assinaturas do Conselho romano (595) no tempo do Papa Gregório I.
Esta igreja foi erigida em um antigo e amplo salão. Ela é identificada com o mais antigo “Titulus Tigridae” construído na casa que o imperador Sétimo Severo (193-211) deu ao seu amigo Fabio Cilone, cônsul duas vezes e prefeito de Roma. A datação é garantida por selos nos tijolos encontrados nas escavações.
O edifício, pela técnica de construção e arquitetura, deve ser da segunda metade do século IV. É uma abside de uma sala que não é dividida em corredores como uma basílica tradicional. Devia ser a sala de uma grande residência privada que foi então convertido em uma igreja durante o século V ou VI. A nobre matrona Balbina, filha do mártir Quirino, queria transformar sua casa no título “do Salvador”.
Em 1925 a igreja foi restaurada no seu estilo original pelo Prof. A. Munoz. Aqui começa uma das poucas “estações” onde a procissão externa é permitida. Há o mosteiro de religiosas premostratenses no topo, de onde se pode descer para a igreja estacional por uma longa pequena via, que parece uma ligação entre a vida cotidiana material e a vida do espírito.