XXVIII Domingo do Tempo Comum: A cura dos dez leprosos – RV
08/10/2016 07:00
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Cidade do Vaticano (RV) – «A Liturgia deste domingo apresenta Jesus que ia com seus discípulos em direção a Jerusalém. Perto do povoado da Samaria, surgiram dez leprosos, que pararam a certa distância, para não contaminá-lo com a lepra. Eles gritavam: Mestre, tem compaixão de nós! Jesus, simplesmente, sem tocá-los, apenas disse: “’Ide apresentar-vos aos sacerdotes.”
A lepra era uma doença causada por bactéria e era muito comum bem antes do tempo de Cristo. Como a medicina era muito atrasada, para não dizer inexistente, não se sabia a causa daquela doença, e assim, o leproso era considerado impuro, não só pelo perigo de contaminar os demais, mas, acima de tudo, por motivos religiosos. Ou seja, toda doença era causada por impurezas ou pelos pecados. Assim pensavam naquela época. Eis porque os leprosos eram mantidos longe do convívio social. Mas, se por acaso, algum deles ficasse curado, deveria se apresentar ao sacerdote para que fosse confirmada a sua cura e pudesse assim reingressar na sociedade.
Por isso Jesus ordenou que os dez leprosos fossem se apresentar aos sacerdotes, antes mesmo de serem curados.
Em nossa sociedade existem muitos tipos de “impuros”, ou melhor, muitas pessoas parecidas com os leprosos daqueles tempos, que são desprezadas pelos que gozam do bem-estar social e político. Os “impuros” de hoje podem ser considerados os pobres, os analfabetos, os nordestinos, os negros, os homossexuais, as prostitutas, os desempregados, os favelados, os mendigos, os camponeses ou caipiras e tantos outros!
Esses não podem se misturar com os “puros” da nossa da alta sociedade! Muitas são as barreiras colocadas entre uns e outros. E pensar que a nossa salvação depende deles, do modo pelo qual nós os tratamos na prática: na prática da caridade!
Somente um deles voltou para agradecer a grande graça de ser curado por Jesus. Na nossa vida, apenas um por cento das pessoas agradece a Deus, no fim do dia, por tudo o que recebe. Apesar de toda a nossa ingratidão, Deus continua sempre a nos proteger, a amar e a nos convidar à conversão.
Jesus, ao perguntar porque os outros ingratos não voltaram para agradecer, diz aquele àquele homem: “Levanta-te e vai! A tua fé te salvou”.
Os leprosos simplesmente foram e se apresentaram aos sacerdotes, sem duvidar da ordem do Senhor. Sinal que tiveram fé na sua misericórdia! Sinal que não duvidaram que seriam curados, após terem gritado com insistência: “Mestre, tem compaixão de nós!” É preciso pedir, sim, mas com fé, porque sem fé não há milagre!
A liturgia de hoje também nos chama a atenção, portanto, para a gratidão. Apesar dos nossos afazeres, às vezes esquecemos de agradecer a Deus pelas suas muitas graças recebidas. Por isso, por sermos imperfeitos, devemos pedir perdão a Deus. Ele nos trata com tanta bondade e misericórdia e nos perdoa sempre!
Temos sempre motivo para sermos agradecidos ao bom Deus. Não devemos agir como os outros nove leprosos, que não voltaram para reconhecer a graça que receberam de Jesus da cura da sua lepra». (Reflexão para o XXVIII Domingo do Tempo Comum – José Salviano – Liturgia Diária)
Fonte: Site da Rádio Vaticano