«Não vedes? Ainda não compreendeis?» – São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja

Leituras Bíblicas

Ano da Eucaristia – "…seus olhos se abriram…"(Lc 24,31)

Dia 15 de fevereiro de 2011

Terça-feira da 6ª semana do Tempo Comum

Livro de Gênesis 6,5-8.7,1-5.10:

O Senhor reconheceu que a maldade dos homens era grande na Terra, que todos os seus pensamentos e desejos tendiam sempre e unicamente para o mal.
O Senhor arrependeu-se de ter criado o homem sobre a Terra, e o seu coração sofreu amargamente.
E o Senhor disse: «Eliminarei da face da Terra o homem que Eu criei, e, juntamente com o homem, os animais domésticos, os répteis e as aves dos céus, pois estou arrependido de os ter feito.»
Noé, porém, era agradável aos olhos do Senhor.
O Senhor disse, depois, a Noé: «Entra na arca, tu e toda a tua família, porque só a ti reconheci como justo nesta geração.
De todos os animais puros levarás contigo sete pares, o macho e a fêmea; dos animais que não são puros levarás um par, o macho e a sua fêmea;
das aves do céu, também sete pares, macho e fêmea, a fim de conservares a sua raça viva sobre a Terra.
Porque dentro de sete dias, vou mandar chuva sobre a Terra, durante quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei na superfície de toda a Terra todos os seres que Eu criei.»
E Noé cumpriu tudo quanto o Senhor lhe ordenara.
Ao cabo de sete dias, as águas do dilúvio submergiram a Terra.

Livro de Salmos 29(28),1-2.3-4.9-10:

Filhos de Deus, prestai ao Senhor, prestai ao Senhor glória e honra.
Prestai ao Senhor a glória do seu nome, adorai o Senhor no seu átrio sagrado.
A voz do Senhor ressoa sobre as águas, o Deus glorioso faz ecoar o seu trovão, o Senhor está sobre a vastidão das águas.
A voz do Senhor é poderosa, a voz do Senhor é cheia de majestade.
A voz do Senhor retorce os carvalhos, despoja as árvores dos bosques. No seu santuário todos exclamam: "Glória!"
Para além do dilúvio, está sentado o Senhor; o Senhor está sentado como rei eterno.

Evangelho segundo S. Marcos 8,14-21:

Os discípulos tinham-se esquecido de levar pães e só traziam um pão no barco.
Jesus começou a avisá-los, dizendo: «Olhai: tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.»
E eles discorriam entre si: «Não temos pão.»
Mas Ele, percebendo-o, disse: «Porque estais a discorrer que não tendes pão? Ainda não entendestes nem compreendestes? Tendes o vosso coração endurecido?
Tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis? E não vos lembrais
de quantos cestos cheios de pedaços recolhestes, quando parti os cinco pães para aqueles cinco mil?» Responderam: «Doze.»
«E quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de bocados recolhestes?» Responderam: «Sete.»
Disse-lhes então: «Ainda não compreendeis?»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
A Subida ao Monte Carmelo, II, 3 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 637 rev.)

«Não vedes? Ainda não compreendeis?»

Dizem os teólogos que a fé é um hábito da alma ao mesmo tempo seguro e obscuro. E é obscuro porque nos propõe verdades reveladas sobre o próprio Deus que ultrapassam qualquer luz natural e excedem toda a compreensão humana, seja ela qual for. Daí decorre que a luz excessiva dada pela fé se transforma para a alma em profundas trevas. Como sabemos, qualquer força superior supera e enfraquece uma que lhe seja inferior; desse modo, o sol eclipsa todas as luzes restantes, ao ponto de, quando ele resplandece, todas as outras não parecerem propriamente luzes. Para além do mais, quando está no zénite, o seu brilho ultrapassa por completo a nossa capacidade visual até nos ofuscar em vez de nos fazer ver, devido a tornar-se excessivo e desproporcionado à nossa visão. O mesmo se passa com a luz da fé, que pelo seu prodigioso excesso abate e enfraquece a luz do intelecto.

Tomemos outro exemplo: suponhamos uma pessoa cega de nascença que, por isso mesmo, não conhece as cores. Ao esforçarmo-nos por fazer-lhe compreender o branco ou o amarelo, bem podemos dar explicação atrás de explicação que ela não retirará delas qualquer conhecimento directo, porque nunca viu as cores, cujo nome será a única coisa que ela reterá no espírito, através do ouvido. O mesmo se passa com a fé em relação à alma: a fé diz-nos coisas que nunca vimos nem conhecemos e a respeito das quais não possuímos a mais pequena réstia de conhecimento natural, mas retemo-las através do ouvido, crendo no que nos é ensinado e ofuscando em nós a luz natural. Com efeito, como nos diz São Paulo, «a fé surge da pregação» (Rom 10, 17). É como se ele nos dissesse: a fé não é uma ciência que reconhecemos pelos sentidos, mas um consentimento da alma que entra em nós pelo ouvido. Torna-se então evidente que a fé é para a alma uma noite escuríssima, mas é precisamente com a sua escuridão que ela ilumina: quanto mais a mergulha nas trevas, mais lhe faz brilhar a sua luz. Assim sendo, é ofuscando que ela alumia, segundo as palavras de Isaías: «se não acreditardes, não compreendereis» (7, 9).

Intenções do Apostolado da Oração para o mês de fevereiro 2011

Unidos à Igreja, ao Papa, rezemos:

Geral: Para que a família seja respeitada por todos em sua identidade e seja reconhecida a sua insubstituível contribuição em favor de toda a sociedade.
Missionária: Para que nos territórios de missão onde a luta às doenças é mais urgente, as comunidades cristãs saibam testemunhar a presença de Cristo ao lado dos que sofrem.

 

 

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