Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna”(Jo 6,68)!
Dia 07 de abril de 2010
4ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA
A Igreja celebra hoje: São João Batista de La Salle (1651-1719) – Fundou a Congregação Irmãos das Escolas Cristãs. Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=7&Mes=4
Livro dos Atos dos Apóstolos 3,1-10:
Pedro e João subiam ao templo, para a oração das três horas da tarde.
Era para ali levado um homem, coxo desde o ventre materno, que todos os dias colocavam à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola àqueles que entravam.
Ao ver Pedro e João entrarem no templo, pediu-lhes esmola.
Pedro, juntamente com João, olhando-o fixamente, disse-lhe: «Olha para nós.»
O coxo tinha os olhos nos dois, esperando receber alguma coisa deles.
Mas Pedro disse-lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!»
E, segurando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante, os pés e os tornozelos se lhe tornaram firmes.
De um salto, pôs-se de pé, começou a andar e entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus.
Todo o povo o viu caminhar e louvar a Deus.
Bem o conheciam, como sendo aquele que costumava sentar-se à Porta Formosa do templo a mendigar; ficaram cheios de assombro e estupefatos com o que lhe acabava de suceder.
Livro de Salmos 105(104),1-2.3-4.6-7.8-9:
Louvai o SENHOR, aclamai o seu nome, anunciai entre os povos as suas obras.
Cantai-lhe hinos e salmos, proclamai as suas maravilhas.
Orgulhai-vos do seu nome santo; alegre-se o coração dos que procuram o SENHOR.
Recorrei ao SENHOR e ao seu poder e buscai sempre a sua face.
Vós, descendentes de Abraão, seu servo, filhos de Jacó, seu escolhido!
Ele é o SENHOR, nosso Deus, e governa sobre a terra!
Ele recordará sempre a sua aliança, a promessa que jurou manter por mil gerações,
pacto que fez com Abraão e aquele juramento que fez a Isaac.
Evangelho segundo S. Lucas 24,13-35:
Nesse mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém;
e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera.
Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho;
os seus olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer.
Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam entristecidos.
E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!»
Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
como os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram, para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados, porque foram ao sepulcro de madrugada
e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos, que afirmavam que Ele vivia.
Então, alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas, a Ele, não o viram.»
Jesus disse-lhes, então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?»
E, começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante.
Os outros, porém, insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles.
E, quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho.
Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram, então, um ao outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros,
que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!»
E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer quando Ele partiu o pão.
Comentário ao Evangelho por
Cardeal John Henry Newman (1801-1890), sacerdote, fundador de uma comunidade religiosa, teólogo
PPS 6, 10
« Não nos ardia talvez, no peito, o nosso coração?»
Irmãos, demo-nos conta de quais foram as aparições de Cristo aos seus discípulos depois da sua ressurreição. São tanto mais importantes quanto nos mostram que uma semelhante comunhão com Cristo permanece ainda possível; é um contato do mesmo gênero que nos é dado no nosso presente com Cristo. Naquele período de quarenta dias que se seguiram após a ressureiçção, Jesus inaugurou uma nova relação com a Igreja, que é a sua relação atual conosco, o tipo de presença que quis manifestar como certa.
Depois da sua ressurreição, como estava presente Cristo na sua Igreja? Andava e vinha livremente; nada se opunha à sua vinda, nem mesmo as portas fechadas. Todavia, ainda que estivesse presente, os seus discípulos não entendiam com evidência que Ele estava com eles. Os discípulos de Emaús tiveram consciência da sua presença somente depois, recordando-se da influência que tinha exercido sobre eles: «Não nos ardia talvez, no peito, o coração?»
Percebemos bem qual foi o momento em que os seus olhos se abriram: ao partir o pão. Tal é de fato a atualização do Evangelho: quando se recebe a graça de compreender a presença de Cristo, a gente o reconhece somente depois. Agora é somente mediante a fé que se pode compreender a sua presença. Em lugar da sua presença sensível, ele deixa o memorial da sua redenção. Torna-se presente no sacramento. Quando se manifestou? Quando, por assim dizer, faz passar os seus de uma visão sem verdadeiro conhecimento para um conhecimento autêntico no invisível da fé.