01/02/2017 | N° 14050
ARTIGO
Esta inquietante pergunta está publicada no site da BBC de Londres. Foi levantada por um grupo de cientistas diante do cenário mundial que estaria se tornando aceleradamente obscuro e dos comentários do presidente norte-americano, Donald Tump. Outros fatores estariam colaborando para essa situação de incerteza e perigo: proliferação de armas nucleares, descrença no consenso científico sobre a mudança climática expressa por Trump e assessores, futuro do acordo nuclear do Irã, ameaças à segurança cibernética, surgimento de notícias falsas.
A partir de 1947, foi criado o relógio de Doomsday, controlado pelo Boletim dos Cientistas Atômicos (BPA, na sigla em inglês), que simboliza quão próximos estaríamos de uma hecatombe. Ultimamente, seus ponteiros passaram de três para dois minutos e meio antes da meia-noite – quanto mais perto dela, mais iminente estaria o fim do mundo, na avaliação dos pesquisadores. Desde 1953, não era tanta essa proximidade.
A intenção da BBC não parece mirar o sensacionalismo interesseiro apenas. Seu lema: “a nação deve transmitir paz para a nação” inspira positivismo, pés no chão, esperança. Conforme a mesma reportagem, a chefe do BPA, Rachel Bronson, pediu aos líderes mundiais: “acalmem mais do que alimentem as tensões que podem levar à guerra!”. O ameaçador panorama mundial, sem dúvida, ativa o instinto humano de sobrevivência, trazendo a nossa memória a promessa de Deus, após o dilúvio, de não mais destruir a terra. O arco-íris foi invocado como símbolo da perpétua aliança.
Uma aliança, porém, conta com a fidelidade dos dois lados. O livre arbítrio do ser humano, assim, pode nos trair. Por outro lado, se o lema da emissora inglesa, “transmitir paz”, for também o nosso, de nossas palavras e atos, de nossa família, comunidade, grupo, nação, com certeza, a inquietação diminuirá. Além do mais, dessa forma, teremos a confortadora certeza: “o Deus da paz estará convosco” (Filipenses 4,6-7).
*Padre