Maria é o reflexo humano do coração materno de Deus – Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis

"Pela tua palavra, lançarei as redes" (Lc 5,5) http://diocesedeblumenau.org.br/detalhe_00500.php?cod_select=4746&cod_002=5

Dia 12 de outubro de 2012 – Nossa Senhora da Conceição Aparecida do Brasil – Solenidade

Na Diocese de Blumenau, Triênio Missionário – Ano da Missão na Família

Evangelho – Jo  2,1-11:
 
 1Houve um casamento em Caná da Galiléia.  A mãe de Jesus estava presente.  2Também Jesus e seus discípulos
 tinham sido convidados para o casamento.  3Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse:
 "Eles não têm mais vinho".  4"Mulher, por que dizes isto a mim?  Minha hora ainda não chegou."
 5Sua mãe disse aos que estavam servindo:  "Fazei o que ele vos disser".  6Estavam seis talhas de pedra colocadas aí
para a purificação que os judeus costumam fazer.  Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros.
 7Jesus disse aos que estavam servindo:  "Enchei as talhas de água".  Encheram-nas até a boca.
 8Jesus disse:  "Agora tirai e levai ao mestre-sala".  E eles levaram.  9O mestre-sala experimentou a água,
 que se tinha transformado em vinho.  Ele não sabia de onde vinha,  mas os que estavam servindo sabiam,
 pois eram eles que tinham tirado a água. 10O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse:
 "Todo mundo serve primeiro o vinho melhor  e, quando os convidados já estão embriagados,  serve o vinho menos bom.
 Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!"  11Este foi o início dos sinais de Jesus.
 Ele o realizou em Caná da Galiléia  e manifestou a sua glória,  e seus discípulos creram nele.
 

 Maria é o reflexo humano do coração materno de Deus
Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB
  Homilia –  FESTA DE NOSSA SENHORA APARECIDA, PADROEIRA DO BRASIL- 2011


Dou cordiais boas-vindas a senhora Immaculèe Ilibagiza, que sobreviveu, miraculosamente, ao genocídio ocorrido em Ruanda, em 1994. Emigrou para os Estados Unidos e trabalhou nas Nações Unidas (ONU). É mãe de dois filhos e, atualmente, se dedica à Fundação que traz o seu nome: Fundação Ilibagiza, dedicada a ajudar outros sobreviventes a se recuperarem dos efeitos traumáticos produzidos pela guerra. Sua  sobrevivência é obra da divina providência que preservou sua vida para que pudesse contar sua história e os horrores da guerra e lutar por um mundo mais justo, sem discriminação, sem ódio, sem violência, no qual todos possam viver como filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Seja bem-vinda, senhora Immaculèe Ilibagiza,  e que Nossa Senhora Aparecida proteja a senhora, sua família e o seu trabalho pela paz.

Em outubro de 1717, três simples pescadores foram mandados ao rio Paraíba a fim de trazer peixes para o Conde de Assumar que iria passar por Guaratinguetá a caminho da Capitania de Minas Gerais, então pertencente a capitania de São Paulo. Após lançarem a rede várias vezes, sem nenhum resultado, ao chegarem com sua canoas ao Porto de Itaguaçu, um dos pescadores, João Alves,  lançou novamente a rede e tirou das águas o corpo de uma imagem, sem cabeça.  Lançando a rede mais abaixo, outra vez, retirou a cabeça da mesma imagem. Era uma estátua da Imaculada Conceição que ninguém sabe como fora parar ali. Ao continuar a pescaria, não tendo até então apanhado nenhum peixe, dali por diante foi tão copiosa a pescaria que os três pescadores admirados do sucesso, viram na pesca e no encontro da imagem um sinal da proteção do céu,  da Senhora da Conceição, representada naquela imagem de terracota, pequena e escura. Felipe Pedroso recolheu, com respeito, a pequenina imagem, envolveu-a  em um pano e a levou para a casa. Mais tarde, foi levada  para um oratório, no Porto de Itaguaçu, onde começou a devoção a Nossa Senhora da Conceição, que, logo foi chamada, carinhosamente, de Nossa Senhora Aparecida.

Vinte e seis anos mais tarde,  no dia 05 de maio de 1743, Dom Frei João da Cruz, Bispo da Diocese do Rio de Janeiro, que na época abrangia a Capitania de São Paulo e quase toda a de Minas Gerais, assinou em Mariana, antiga vila do Ribeirão do Carmo,  o decreto canônico, erigindo  a Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Dois anos mais tarde, o mesmo Dom Frei João da Cruz, achando-se em Mariana, novamente, em preparativos para a criação da Diocese de Mariana e ciente de já haver sido edificada, no alto do Morro dos Coqueiros, a capela de Aparecida, autorizou por provisão do dia 22 de maio de 1745, a sua bênção litúrgica e o culto divino da mesma. (cf. Oliveira, Oscar. Virgem Maria: Mãe de Deus e Mãe  dos Homens. Mariana: Editora Dom Viçoso, 1968, p. 151).

Quase dois séculos mais tarde, a pequena Capela foi substituída pela atual Matriz Basílica que foi sagrada e inaugurada no dia 08 de setembro de 1909, por Dom Duarte Leopoldo e Silva, Arcebispo de São Paulo.  Com o fluxo de romeiros cada vez mais numeroso, tornou-se necessário a construção de um novo templo, com capacidade para acolher um maior número de romeiros.

No dia 11 de novembro de 1955, com a bênção do senhor Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, Arcebispo de São Paulo, iniciou-se a construção deste grandioso Santuário, projetado pelo arquiteto Benedito Calixto. No dia 04 de julho de 1980, o Papa João Paulo II, em sua 1ª visita ao Brasil, fez a sagração deste magnífico templo, cuja construção  tem sido levada adiante graças a colaboração generosa dos devotos de Nossa Senhora Aparecida e ao zelo pastoral incansável dos missionários redentoristas que, desde 28 de outubro de 1894, a pedido de Dom Lino de Carvalho Deodato, 8º. Bispo de São Paulo,  assumiram o cuidado pastoral do Santuário. 

Hoje, são mais de 10 milhões de devotos de Nossa Senhora Aparecida que visitam este Santuário e,  com a Rede Aparecida de Comunicação, este Santuário, parafraseando o Papa João Paulo II,  “se converteu, não só para os romeiros, mas também, para o Brasil,  em antena permanente da boa nova da salvação.”

Os textos das leituras que acabamos de escutar nos fazem referência ao tema da festa da Padroeira, deste ano: “Senhora Aparecida, reflexo do coração materno de Deus”.

Ester, órfã de pai e mãe, foi eleita esposa do rei Assuero, rei da Pérsia e pela sua beleza, prudência e  sua confiança em Deus, obteve a libertação do povo judeu que tinha sido condenado ao extermínio por um edito real. A tradição cristã viu no papel desempenhado por Ester em favor do seu povo, a prefiguração de Maria, na sua função materna e de advogada nossa diante de Deus. Esta confiança na missão de Maria de defensora do povo  cristão foi expressa na primeira oração mariana, composta no Egito, no século 3º.: “Sob a vossa proteção nós nos refugiamos, ó Santa Mãe de Deus. Não desprezeis nossas súplicas, mas livrai-nos de todos os perigos, Virgem gloriosa e bendita”.  No decorrer dos séculos, Nossa Senhora tem sido sempre invocada pelos cristãos em suas súplicas, sobretudo, nos momentos difíceis. Diante de Cristo, mediador entre Deus e os homens, Maria é a nossa mãe que está continuamente intercedendo por nós seus filhos. Se os santos podem interceder em nosso favor, com maior razão a Virgem Maria, mãe de Deus e nossa mãe!

No evangelho, São João faz referência a um casamento em Caná da Galiléia e destaca, neste episódio, a presença da mãe de Jesus, do próprio Jesus e de seus discípulos.   Durante o banquete o vinho veio a faltar. Quem dá conta da situação de angústia dos noivos é Maria e ela  apenas diz a Jesus: “Eles não têm mais vinho”. A resposta de Jesus parece de indiferença à preocupação de Maria. “Mulher, porque me dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou”. A resposta de Jesus é um semitismo, isto é,  uma maneira normal da época de se dirigir as mulheres,  como vemos  no diálogo com a mulher adúltera; no diálogo com a Samaritana;  e a mesma  expressão é usada também por ele, no Calvário, quando se dirige a Maria ao pé da cruz: “Mulher, eis aí teu Filho.”

A hora de Jesus, no evangelho de João, é a hora de sua glorificação definitiva, de sua volta ao Pai após sua morte e ressurreição, por isso, ele diz que sua hora ainda não chegou. Maria compreende o significado profundo da resposta de Jesus, e sua hora fixada pelo Pai  não será antecipada.  Maria, porém, com plena confiança e esperança de que seu Filho haveria de resolver a situação,  diz aos serventes: “Fazei tudo o que vos disser”. Este primeiro milagre que se realizou, no inicio de sua vida pública, a pedido de Maria, é o anúncio simbólico da hora de Jesus, da manifestação da sua glória e os seus discípulos creram nele.

Maria é o reflexo humano do coração materno de Deus. Por isso, os fiéis recorrem a ela com tanta devoção, pois sentem intuitivamente este amor materno.  Sabem que Maria compreende sua dor e seus desejos, entende suas limitações. Reconhecem em Maria a nossa irmã, que viveu como perfeita discípula de Jesus com esperança e coragem. Reverenciam a Senhora Aparecida como Mãe nossa, que reúne os filhos e filhas debaixo de seu imenso manto. Pois o povo costuma dizer: “em coração de mãe sempre cabe mais um filho”. No cuidado e na ternura de Maria se reflete a bondade de Deus. No seu canto, chamado “Magnificat”, ressoa a voz do Deus que olha com carinho especial para os pobres e injustiçados deste mundo.

Podemos dizer, com certeza: Maria é reflexo do amor de Deus. Ela não é fonte. Por isso, no culto católico, Nossa Senhora não ocupa o lugar de Jesus, que é o único mediador entre Deus e a humanidade, como afirma São Paulo, na primeira epístola a Timóteo. Maria consegue as graças que pedimos, mas é Deus que as concede.

Hoje,  dia da Padroeira e Rainha do Brasil, rogamos à Mãe de Deus, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que cuide de nosso amado e continental país, que foi confiado à sua proteção como Padroeira principal de nossa Nação Brasileira e de sua boa gente. Que a Senhora Aparecida faça crescer em todos nós a fé em Jesus, o compromisso de anunciá-Lo aos nossos irmãos, a consciência cidadã, a responsabilidade de cuidar também dos mais fracos e de proteger o meio ambiente. 

Confiantes, suplicamos à Mãe de Jesus que faça de cada um de nós e das nossas comunidades, reflexo da misericórdia de Deus. Alegres, recorremos à Mãe Aparecida, dizendo: “Maria, reflexo do coração materno de Deus”, rogai por nós. Amém!

 
Neste mês, com o Papa e toda a Igreja, rezemos nas seguintes intenções:


GeralNova Evangelização
Para o desenvolvimento e progresso da Nova Evangelização nos países de antiga tradição cristã.

Missionária Jornada Missionária Mundial
Para que a celebração da Jornada Missionária Mundial seja ocasião de um renovado empenho na evangelização.


 

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