De 12 a 19 de maio, celebra-se a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Coincide com a semana antes de Pentecostes, na qual se rememora a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus. Na teologia cristã, Pentecostes opõe-se ao episódio da Torre de Babel. Neste, os seres humanos dividiram-se, dispersaram-se, voltaram-se uns contra os outros, rejeitaram-se mutuamente. Naquele, Jesus enviou aos seus apóstolos a Igreja, o seu Espírito Santo. Por sua ação, naquele dia, a diversidade dos povos, presente em Jerusalém, ouvindo a Palavra de Deus anunciada com novo vigor, viu-se irmanada no mesmo entendimento, na mesma fé, numa verdadeira festa de fraternidade e esperança.
Babel e Pentecostes continuam se digladiando nos nossos tempos. As guerras, injustiças, crimes, vícios, perpetuam a cultura da divisão, do egoísmo e da morte. A luta pela reconstrução da paz, do entendimento, da harmonia, busca recuperar a unidade e a solidariedade perdidas, sufocadas, rejeitadas.
Há mais de um século, os cristãos acordaram para o escândalo de, ao pregarem o mesmo Deus e Salvador, sucumbirem no individualismo, tropeçarem nas diferenças, e, por consequência, enfraquecerem a potente eficácia da mensagem divina.
Na Semana de Oração pela Unidade, em âmbito mundial, instigados pelo Profeta Miqueias, os discípulos e discípulas do Senhor, embora pertencentes a diversas igrejas, juntos e sinceramente perguntam-se de novo: “O que Deus exige de nós?” (6,6-8).
A celebração da citada Semana é uma eloquente resposta à provocante pergunta do Profeta.
E muitas comunidades se reunirão para, vivenciando o sonho da fraternidade e do amor, acolhendo-se uns aos outros e, fortalecer o esperançoso movimento ecumênico entre nós e em todo o planeta.
RAUL KESTRING|Padre