Dom Rafael Biernaski
Bispo de Blumenau(SC)
O mês de junho se inicia com a Celebração da Solenidade de Pentecostes, na conclusão do Tempo Pascal, realização da promessa de Jesus: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade” (Jo 14,15-17a). A comunidade dos discípulos missionários de Jesus, a Igreja, recebe o Dom do Espírito Santo para testemunhar “a alegria do Evangelho”, a presença do Senhor na Palavra e na Eucaristia, no amor fraterno e na defesa da vida em plenitude.
Quis o Senhor permanecer na sua Igreja no Santíssimo Sacramento do seu Corpo e Sangue, pois a Eucaristia é “memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realizada a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo” (Cân. 897). Eis a Solenidade que celebraremos no dia 15 de junho. Esta celebração teve origem em 1243, na Bélgica; e, em 1264, o Papa Urbano IV estendeu a festa para toda a Igreja. Com Santo Tomás de Aquino cantamos neste dia: “Hoje a Igreja te convida: ao Pão Vivo que dá vida vem com ela celebrar! Este Pão, que o mundo o creia! Por Jesus, na Santa Ceia, foi entregue aos que escolheu”. Na Solenidade de Corpus Christi, reunidos em nome do Senhor, como Igreja, celebraremos a Eucaristia e depois sairemos em procissão pelas ruas e praças de nossas cidades. As procissões expressam a fé e o culto ao Santíssimo Sacramento, como manifestação pública de amor e respeito do Povo de Deus ao Seu Senhor. Como traz alegria ver o belo costume de enfeitar as ruas com tapetes floridos, artisticamente confeccionados pelos fiéis, num claro gesto de doação de tempo e afeto, assumindo já na preparação dos tapetes a dimensão amorosa da Eucaristia.
E como recolheremos os frutos destas duas Solenidades do mês de junho? Animando-nos na caminhada da ação evangelizadora. O Espírito Santo suscita uma Igreja em estado permanente de missão, uma Igreja “em saída”, misericordiosa, acolhedora e que acompanha os seus filhos e filhas nas situações de fragilidade e sofrimento. A Eucaristia, celebrada com espírito de fé e amor, é um convite à comunhão e à partilha, ao compromisso com a vida e ao empenho na construção de comunidades renovadas pelo espírito do Evangelho. Que Maria, Mãe da Igreja nascente, em Pentecostes, nos ajude a seguir Aquele que é o “Pão vivo descido do céu” (Jo 6,31).