Epifania do Senhor: “Vimos sua estrela e viemos adorá-lo”! – Reflexão do Pe. Osmar Debatin

Crédito: Vatican News
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LEITURAS
1ª leitura: Is 60,1-6 = Apareceu sobre ti a glória do Senhor.
Salmo Responsorial: Sl 71 = As nações de toda terra hão de adorar-vos, ó Senhor.
2ª leitura: Ef 3,2-3a.5-6 = Os pagãos são co-herdeiros da promessa.
Evangelho: Mt 2,1-12 = Viemos do Oriente adorar o Rei

Promessa universal
Muitos textos Bíblicos profetizam a atração de todos os povos da terra por Deus. A 1ª leitura, da profecia de Isaias, é exemplo disso. Os povos de toda a terra virão ao encontro de Deus e, é para isso, que Isaias pede que as luzes da cidade sejam acesas, porque, diz o final da sua profecia, haverá uma inundação de camelos e dromedários.

Traduzindo para o nosso tempo, uma inundação de carros, ônibus e até de aviões desembarcarão em Jerusalém atraídos pela luz divina. — Isaias não está falando da Jerusalém geográfica, mas de locais onde brilha a luz de Deus. Esta é a terra que atrai todos os povos da humanidade. — A 1ª leitura, portanto, faz um convite a todos nós para nos aproximar da luz divina. O exemplo está nos Reis Magos: deixam suas terras para se aproximarem da luz divina, que não se encontra numa grande e iluminada cidade, mas numa pobre casa de periferia, em Belém. A luz é o Menino Jesus. Ele próprio é a razão pela qual os povos serão atraídos pela luz da cidade santa e peregrinarão à Jerusalém (1L) para lá participar da grande paz (Salmo Responsorial). Paulo resume esta realidade dizendo que “os pagãos são admitidos à mesma herança” (2 Leitura).

Aquilo que a Liturgia proclama, na celebração da Epifania, especialmente no Evangelho, é a realização da profecia de Isaias: “uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir”. A luz para atrair os povos, que Isaias pede para Jerusalém acender (1L), acende-se numa gruta, em Belém (E). É para lá que os povos de toda a terra peregrinam nas pessoas dos magos.

A estrela dos Magos.

Mateus é o único evangelista que narra a peregrinação dos Magos ao presépio (E). Os estudiosos do Evangelho de Mateus unem a narrativa dos Magos ao final do seu Evangelho (Mt 28,16-20), onde se localiza o envio missionário. A missão, na proposta de Jesus, não é unicamente obra divina, como no Antigo Testamento; é também atividade humana. Trata-se de fazer prosélitos (no sentido positivo do termo), isto é, adeptos do Evangelho, pessoas que acolham a proposta de vida de Jesus e a vivenciem. O primeiro testemunho desse caráter missionário está no final do Evangelho: “retornaram para sua terra seguindo outro caminho” (E); é o caminho missionário que não passa pelas estradas do poder terreno.

A devoção popular se encarregou de personalizar os Magos, batizando-os com nome para cada um deles e os tornaram representantes das raças da terra. Os batizou com os nomes de Gaspar, Melchior e Baltazar.

Mateus não tem esta preocupação. Não fala que foram somente três e nem cita nomes. Apenas caracteriza os Magos como pessoas estudiosas, sábias, pesquisadores e intérpretes dos sinais dos tempos (E). Um endereço para compreender que os Magos não peregrinam incentivados pela emoção, mas pela lógica curiosa da ciência, de quem coloca o pensamento humano em busca da luz divina que resplandece na terra. Os magos foram conduzidos por esta luz! Era a luz da estrela de Belém! Não deram ouvidos a Herodes, às trevas, mas mantiveram seu foco na luz: “Ao verem de novo a estrela os magos alegraram-se com muita alegria. Ao entrar na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e prostraram-se, ofereceram-lhe presentes e o adoraram” (Mt 2,10).
Por isso nos presentes: ouro para o rei, incenso para o Deus e mirra para o homem. Em Cristo realeza, divindade e paixão andam juntas! E os magos iluminados pela luz da verdade já sabiam disto!

Peregrinação pelo conhecimento
A Bíblia, especialmente o Antigo Testamento, menciona a atividade dos magos do ponto de vista negativo, descrevendo-os como conhecedores do mundo oculto. Um exemplo é o episódio de Balaam (Nm 22—24). Sem nos estender neste particular, os exegetas dizem que a Bíblia traça um confronto entre a sabedoria pagã, representada nos magos, e a sabedoria dos juízes, patriarcas e profetas, pessoas iluminadas pela sabedoria divina. Tal confronto desaparece no texto de Mateus (E), tratando a atividade dos Magos de modo positivo, apresentando os Magos como representantes da sabedoria pagã que peregrina para encontrar-se com a sabedoria divina e oferecer-lhe suas riquezas (E).

O Evangelho apresenta, de outro lado, um conhecimento que não peregrina, que não vai ao encontro da luz divina, na atitude dos Sumo sacerdotes e dos Mestres da Lei (E). Eles conhecem a profecia de Miquéias, sabem ler a Bíblia, respondem corretamente ao questionamento de Herodes e dos Magos, mas não se deixam interrogar pelo acontecimento e não usam seu conhecimento religioso para peregrinar ao encontro da luz divina. Conhecem os caminhos de Deus, mas preferem descansar em seus conhecimentos em vez de peregrinar na busca da sabedoria divina que se encontra no Menino Jesus.

Pe. Osmar Debatin 

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