Domingo próximo celebra-se o Dia de Oração pela Igreja na China, a pedido do Papa Bento XVI
Entrevista com Pe. Politi
No Domingo, dia 24 de maio, celebra-se o segundo Dia de Oraçã pela Igrfeja na China, proposta por Bento XVI na sua Carta aos Católicos Chineses escrita no ano de 2007. Na Itália, o evento ganhará relevo especial em Napolis, onde o cardeal arcebispo Crescenzio Sepe celebrará uma missa na Catedral, com a presença de centenas de migrantes chineses. Nesses dias, no entanto, em Macerata, recordou-se o jesuíta Pe. Mateus Ricci, grande evangelizador da China, morto em Pequim no ano 1522. Sobre a herança deste corajoso e inteligente mensageiro do Evangelho de Cristo, como definiu-o o Papa, Alessandro Gisotti entrevistou o chinólogo espanhol, Pe. Giancarlo Politi:
Pe. Politi: Mateus Ricci percebeu com clareza que precisa falar aos homens de modo tal que possam entender o que queremos lhes dizer. Não é somente aprender uma língua, mas familiarizar-se com o modo de pensar, de posicionar-se, de viver, que abre depois também as portas à comunicação e à transmissão do mistério. Creio que seja esta a coisa importante, além de todas as iniciativas particulares que Pe. Ricci soube empreender naquele momento, mas que na sua realidade, não podem mais ser repetidas por causa da distância de tempo, numa sociedade diferente. A intuição, portanto, foi aquela de entender que precisa atingir o coração do homem.
Alessandro: Ainda retomando este ensinamento de Mateus Ricci, o Papa sublinha que os católicos não são um corpo estranho à China…
Pe. Politi: Absolutamente não! É assim pelo fato mesmo de serem cidadãos em sentido pleno de uma grande nação como a China. Houve um momento na história da China, no qual foi feito a tentativa de tornar estrangeiro o homem nascido naquela mesma cultura.Talvez, também como disse um grande bispo ainda vivo na China ter sofrido juntos para que a nova China nascesse, tornou ainda mais verdadeira a pertença deste povo a ela. Creio que o Papa afirmou com muita clareza tudo isso na sua carta do ano de 2007.
Alessandro: Um dos frutos da carta do Papa é o Dia de Oração pela Igreja na China que, pela segunda vez, será celebrado no Domingo, 24 de maio, particularmente em Nápolis. Qual a sua opinião sobre esta inciativa?
Pe. Politi: Todas as iniciativas acontecem em tempo um pouco longo para que se tornem parte de uma tradição. Com muita probabilidade, no ano passado, fora da China, não foi percebido com muita clareza o significado deste Dia de Oração. Acredito, por isso, que esta iniciativa seja uma coisa muito importante: a Igreja na China está de fato vivendo um tempo de grande fertilidade e fecundidade, mas também está às voltas com grandes desafios e problemas e, então, torna-se muito importante, com o valor da oração, mostrar a solidariedade de toda a Igreja universal com todos os católicos chineses. No que se refere a Nápolis, esta cidade tem uma tradição longa de interesse para com a China; um dos primeiros colégios destinados aos católicos chineses foi criado em Nápolis e acredito que isso seja muito significativo, exatamente porque, pelo menos na esperança, vai surgindo um número sempre maior de católicos que saibam rezar e comprometer-se no conhecimento e na participação desta experiencia tão bela que é aquela da Igreja chinesa .
Fonte: Radio Vaticana