«Ele falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: ‘Cala-te’» – Santo Agostinho, Bispo de Hipona e Doutor da Igreja

Leituras Bíblicas

Ano da Eucaristia – "…seus olhos se abriram…"(Lc 24,31)

Dia 29 de janeiro de 2011

 Sábado da 3a semana do Tempo Comum

Carta aos Hebreus 11,1-2.8-19:

Ora a fé é garantia das coisas que se esperam e certeza daquelas que não se vêem.
Foi por ela que os antigos foram aprovados.
Pela fé, Abraão, ao ser chamado, obedeceu e partiu para um lugar que havia de receber como herança e partiu sem saber para onde ia.
Pela fé, estabeleceu-se como estrangeiro na Terra Prometida, habitando em tendas, tal como Isaac e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa,
pois esperava a cidade bem alicerçada, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus.
Pela fé, também Sara, apesar da sua avançada idade, recebeu a possibilidade de conceber, porque considerou fiel aquele que lho tinha prometido.
Por isso, de um só homem, e já marcado pela morte, nasceu uma multidão tão numerosa como as estrelas do céu e incontável como a areia da beira-mar.
Foi na fé que todos eles morreram, sem terem obtido os bens prometidos, mas tendo-os somente visto e saudado de longe, confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.
Ora, os que assim falam mostram que procuram uma pátria.
Se eles tivessem pensado naquela que tinham deixado, teriam tido oportunidade de lá voltar;
mas agora eles aspiram a uma pátria melhor, isto é, à pátria celeste. Por isso, Deus não se envergonha de ser chamado o «seu Deus», porque preparou para eles uma cidade.
Pela fé, Abraão, quando foi posto à prova, ofereceu Isaac, e estava preparado para oferecer o seu único filho, ele que tinha recebido as promessas e
a quem tinha sido dito: Por meio de Isaac será assegurada a tua descendência.
De fato, ele pensava que Deus tem até poder para ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, recuperou o seu filho.

Evangelho segundo S. Lucas 1,69-70.71-72.73-75:

E nos deu um Salvador poderoso na casa de Davi, seu servo,
conforme prometeu pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos;
para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam,
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, recordando a sua sagrada aliança;
e o juramento que fizera a Abraão, nosso pai, que nos havia de conceder esta graça:
de o servirmos um dia, sem temor, livres das mãos dos nossos inimigos,
em santidade e justiça, na sua presença, todos os dias da nossa vida.

Evangelho segundo S. Marcos 4,35-41:

Naquele dia, ao entardecer, disse: «Passemos para a outra margem.»
Afastando-se da multidão, levaram-no consigo, no barco onde estava; e havia outras embarcações com Ele.
Desencadeou-se, então, um grande turbilhão de vento, e as ondas arrojavam-se contra o barco, de forma que este já estava quase cheio de água.
Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada.
Acordaram-no e disseram-lhe: «Mestre, não te importas que pereçamos?» Ele, despertando, falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: «Cala-te, acalma-te!» O vento serenou e fez-se grande calma.
Depois disse-lhes: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?»
E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Discursos sobre os salmos, PS 54,10; CCL 39, 664

«Ele falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: ‘Cala-te’»

Estás no mar e surge uma tempestade. Não te resta senão gritar: «Salva-me, Senhor!» (Mt 14,30). Ele estende-te a mão, O que anda sobre as ondas sem temor, que te remove o medo, que assenta n’Ele próprio a tua segurança, que te fala ao coração e te diz: «Pensa no que já suportei. Sofres por causa de um mau irmão, de um inimigo exterior? Não tive Eu também os meus? À minha volta, os que arreganhavam os dentes, mais perto de Mim, o discípulo que Me traiu».

É verdade, a tempestade causa estragos. Mas Cristo salva-nos «da pequenez da alma e da tempestade» (Sl 54,9 LXX). O teu navio está agitado? Talvez seja porque em ti Cristo dorme. Sobre um mar furioso, o barco onde navegavam os discípulos estava agitado, e contudo Cristo dormia. Por fim, chegou o momento em que estes homens perceberam que estava com eles o Senhor e Criador dos ventos. Aproximaram-se de Cristo, despertaram-nO: Cristo mandou calar os ventos e fez-se uma grande calma.

O teu coração perturba-se com razão, se esqueces em Quem crês; e o teu sofrimento torna-se insuportável se tudo o que Cristo sofreu por ti permanece distante do teu espírito. Se não pensas em Cristo, Ele dorme. Desperta Cristo, recorre à tua fé. Porque Cristo dorme em ti quando te esqueces da Sua Paixão; se a recordas, Cristo vela por ti. Quando tiveres meditado com todo o teu coração no que Cristo sofreu, não suportarás com mais perseverança as tuas aflições? E talvez te sintas, com alegria, levemente semelhante ao teu Rei no sofrimento. Sim, quando estes pensamentos começarem a consolar-te e a dar-te alegria, saberás que foi Cristo que Se levantou e que mandou calar os ventos; daí a calma que se faz em ti. «Espero, diz um salmo, Aquele que me salvará da pequenez de alma e da tempestade».  

 

 

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