A economia e o desenvolvimento não podem ser maiores que o interesse social, disse o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Rio Grande do Sul, na sessão solene, na terça-feira 23, que a casa organizou para comemorar a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010.
O deputado Chico Alencar, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) do Rio de Janeiro, entendeu a campanha da Fraternidade deste ano, sob o mote “Economia a serviço da vida”, como um questionamento ao modelo econômico, baseado no consumismo.
O assessor político da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Ernane Pinheiro, explicou que a Campanha da Fraternidade aborda temas relacionados com a vida e a dignidade humana.
Para o deputado Geraldo Magela, do PT do Distrito Federal, o debate promovido pela Campanha da Fraternidade deve ser trazido também ao mundo político e não apenas no tempo da Quaresma. “Quando um político se enfraquece à tentação do dinheiro, seja para si, seja para aplicar em políticas inadequadas, certamente está sendo refém do dinheiro, e não está servindo às pessoas e nem à vida”, afirmou.
Na compreensão do deputado Luiz Carlos Hauly, do Partido da Social Democracia Brasileira, a reforma deve se dar pelo acesso das pessoas à economia de mercado, transformada numa economia de comunhão, que favoreça o pequeno produtor e pequenas empresas.
Capaz de feitos como a ida à lua, o homem não foi capaz, ainda, de acabar com a fome no mundo, avaliou o deputado Nilson Mourão, do PT do Acre. O deputado Luiz Couto, do PT da Paraíba, que é padre, atacou a teologia da prosperidade. “Jesus ensina que é na partilha que está a salvação”, sinalizou.
Além do padre Ernane Pinheiro, a CNBB esteve representada pelo bispo emérito dom Mauro Morelli, de Duque de Caxias. O reverendo Luiz Alberto Braga, secretário-geral do organismo, representou o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) na sessão solene da Câmara.
ALC Notícias, 25 de março de 2010