Dom Rafael Biernaski
Bispo de Blumenau(SC)
No próximo dia 6 de março, Quarta-feira de Cinzas, inicia- se em todo o Brasil a 56ª Campanha da Fraternidade. Como um dos mais tradicionais e abrangentes projetos evangelizadores da Igreja, ele merece ser preparado, divulgado, organizado em nossas paróquias e comunidades. Aliás, isso vem sendo feito entre nós através de uma dedicada equipe. Desejamos, assim, irmanar-nos a viver efetivamente as obras de misericórdia, como verdadeiros itinerários de iniciação à vida cristã, levando- nos a um serviço pleno na defesa da vida. É tempo “de tocar a carne ferida de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de serem nutridos, vestidos, visitados, acolhidos”, para nos convertermos ao Senhor e ao seu projeto de vida e salvação.
No caminho quaresmal de conversão pessoal e pastoral, oportunamente a Igreja no Brasil traz-nos a realidade das Políticas Públicas. A fraternidade nasce do coração misericordioso, como sinal do Reino presente e que virá. A política é arte do cuidado com a cidade, “a forma mais sublime de se fazer caridade”, para construir a convivência harmoniosa e respeitosa onde todos têm voz e vez, e são promovidos e inseridos na vida que Deus deseja para todos, pois Ele veio “para que todos tenham vida em abundância” (Jo 10,10).
O Tema “Fraternidade e Políticas Públicas”, com o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27), tem como objetivo “estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade”. Como cristãos, somos chamados a ajudar na construção da fraternidade que resgata a dignidade dos irmãos e irmãs.
A Palavra de Deus nos ilumine na vivência desta Campanha ao contemplarmos como Jesus dava atenção aos doentes, mulheres, crianças e trabalhadores; ao aprendermos com Jesus a ter compaixão dos sofredores e cuidado com os mais fragilizados. É responsabilidade de todos contribuir para que esta luz evangélica possibilite um despertar para a cultura do diálogo, a esperança em meio à globalização da indiferença, a inclusão dos que sofrem, a cooperação entre as várias forças que atuam em prol do bem comum, a participação ativa nos espaços de discussão e decisão.