Dia 09 de outubro de 2017 – Segunda-feira da 27ª semana do Tempo Comum
No Brasil, Ano Mariano, instituído pela CNBB em comemoração do 300º aniversário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba, em São Paulo – “Bem-aventurada é aquela que acreditou” (Lc 1,45)!
Evangelho segundo S. Lucas 10,25-37:
Naquele tempo, levantou-se um doutor da lei e perguntou a Jesus para O experimentar: «Mestre, que hei de fazer para receber como herança a vida eterna?».
Jesus disse-lhe: «Que está escrito na lei? Como lês tu?».
Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo».
Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem. Faz isso e viverás».
Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: «E quem é o meu próximo?».
Jesus, tomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio morto.
Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante.
Do mesmo modo, um levita que vinha por aquele lugar, viu-o e passou também adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão.
Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse: ‘Trata bem dele; e o que gastares a mais eu te pagarei quando voltar’.
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?».
O doutor da lei respondeu: «O que teve compaixão dele». Disse-lhe Jesus: «Então vai e faz o mesmo».
Comentário do dia
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Comentário sobre o Cântico dos cânticos, prólogo 2, 26-31
«Então vai e faz o mesmo.»
Está escrito : «Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus» (1Jo 4,7); e mais adiante: «Deus é amor» (8). Deste modo se diz, por um lado, que o próprio Deus é amor, e por outro, que aquele que é de Deus é amor. Ora, quem é de Deus senão aquele que disse: «Saí de Deus e vim a este mundo»? (Jo 16,28). Se Deus Pai é amor, também o Filho é amor […] ; o Pai e o Filho são um só e em nada diferem. Eis a razão por que Cristo é chamado, para além de Sabedoria, Poder, Justiça, Verbo e Verdade, também Amor. […]
E, porque Deus é amor e o Filho que é de Deus é amor, Ele exige que haja em nós algo semelhante a Ele, de tal maneira que, por este amor, por esta caridade que está em Cristo Jesus […], sejamos unidos a Ele por uma espécie de parentesco, graças a este nome. Como dizia S. Paulo, que estava unido a Ele: «Quem nos separará do amor de Deus, que está em Cristo Jesus Nosso Senhor?» (Rm 8,39).
Ora, este amor de caridade considera que todo o homem é o nosso próximo. Foi por essa razão que o Salvador repreendeu um homem que estava convencido de que a alma justa não estava obrigada a aplicar a todos a lei do amor ao próximo. […] E compôs a parábola do «homem [que] descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores». Depois censura o sacerdote e o levita, que, vendo-o meio morto, passaram adiante, mas presta homenagem ao samaritano, que teve misericórdia para com ele. E confirma que este último foi o próximo do homem ferido, dizendo àquele que Lhe tinha feito a pergunta: «Então vai e faz o mesmo». Com efeito, por natureza, nós somos todos o próximo uns dos outros; mas, pelas obras de caridade, aquele que pode fazer bem torna-se próximo daquele que não pode fazê-lo. Foi por isso que o nosso Salvador Se fez nosso próximo, e não passou adiante quando estávamos «meio mortos» em consequência dos ferimentos infligidos pelos «salteadores».
Neste mês de outubro, as intenção apresentada pelo Papa para todos rezarmos é a seguinte:
Universal: Pelo mundo do trabalho, para que sejam assegurados a todos o respeito e a tutela dos direitos e seja dada aos desempregados a possibilidade de contribuírem para a edificação do bem comum.