Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 17 de julho de 2010
Sábado da 15ª semana do Tempo Comum
A Igreja celebra hoje: Santa Maria Madalena Postel, 1758-1846 – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=17&Mes=7
Livro de Miqueias 2,1-5:
Ai dos que planeiam a iniquidade, dos que maquinam o mal em seus leitos, e o executam logo ao amanhecer do dia, porque têm o poder na sua mão!
Cobiçam as terras e apoderam-se delas, cobiçam as casas e roubam-nas; fazem violência ao homem e à sua família, ao dono e à sua herança.
Por isso, assim fala o Senhor: «Tenho planejado um mal contra esta raça, do qual não livrareis o pescoço. Não andareis mais com a cabeça erguida, porque será tempo calamitoso.
Naquele dia será composta sobre vós uma sátira, e cantar-se-á uma elegia: ‘Estamos perdidos completamente, a parte do meu povo passa a outros. Ninguém a restituirá. Roubam e distribuem os nossos campos.’
Por isso, não terás ninguém que meça com cordel as porções, na assembleia do Senhor.»
Livro de Salmos 9(9B),1-2.3-4.7-8.14:
Senhor, porque te conservas à distância e te escondes nos tempos de angústia?
No seu orgulho, o ímpio persegue o infeliz; que ele seja apanhado na cilada que armou.
O pecador vangloria-se da sua ambição; o ganancioso blasfema e despreza o Senhor.
O ímpio diz, na sua arrogância: "Ele não me castigará! Deus não existe!" É só nisto que ele pensa.
A sua boca está cheia de maldição e mentira; na sua língua só há malícia e maldade.
Põe-se de emboscada junto aos povoados e esconde-se para matar o inocente; os seus olhos espiam o infeliz.
Mas Tu vês a angústia e o pesar, observas tudo e tomas essa causa nas tuas mãos. A ti se abandona confiadamente o pobre; Tu és o amparo do órfão.
Evangelho segundo S. Mateus 12,14-21:
Os fariseus, saindo dali, reuniram-se em conselho contra Jesus, a fim de o matarem.
Quando soube disso, Jesus afastou-se dali. Muitos seguiram-no e Ele curou-os a todos,
ordenando-lhes que o não dessem a conhecer.
Assim se cumpriu o que fora anunciado pelo profeta Isaías:
Aqui está o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se deleita. Derramarei sobre Ele o meu espírito, e Ele anunciará a minha vontade aos povos.
Não discutirá nem bradará, e ninguém ouvirá nas praças a sua voz.
Não há de quebrar a cana fendida, nem apagar a mecha que fumega, até conduzir a minha vontade à vitória.
E, no seu nome, hão de esperar os povos!
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo
Comentário do Evangelho de João 32, 4; PG 14, 741-752 (a partir da trad. Evangile selon Jean, DDB 1985, p. 116)
«Aqui está o Meu servo»
No decurso de uma refeição, Jesus levantou-Se da mesa e despojou-Se das Suas vestes, tomando a aparência de escravo, como demonstram estas palavras: «tomou uma toalha e atou-a à cintura», para não ficar completamente nu e para limpar os pés dos discípulos com as Suas próprias vestes (Jo 13,2-5). Vede a que ponto se baixa a grandeza e a glória do Verbo feito carne; para lavar os pés dos Seus discípulos, «deitou água na bacia».
«Abraão ergueu os olhos e viu três homens de pé em frente dele. Imediatamente correu da entrada da tenda ao seu encontro, prostrou-se por terra
e disse: «Meu Senhor, se mereci o teu favor, peço-te que não passes adiante sem parar em casa do teu servo»» (Gn 18,2-3). Mas Abraão não leva pessoalmente a água e não declara que vai lavar os pés dos estrangeiros que chegaram a casa dele, mas diz antes: «Permiti que se traga um pouco de água para vos lavar os pés; e descansai debaixo desta árvore». Nem José trouxe água para lavar os pés aos seus onze irmãos: foi o seu intendente que os mandou entrar em casa e seguidamente «deram-lhes água para lavarem os pés» (Gn 43,24).
Mas Aquele que declarou que «o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir» (Mt 20,28) e que disse, de pleno direito, «aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29), deitou pessoalmente água na bacia. Sabia que ninguém, com excepção d’Ele, podia lavar os pés aos discípulos de forma que essa purificação lhes permitisse tomar parte com Ele. Penso que a água era uma palavra capaz de lavar os pés aos discípulos, quando eles se aproximassem da bacia ali colocada para eles por Jesus.