A aliança com Deus e a Cruz de Cristo – Comentário às leituras bíblicas do 3º Domingo da Quaresma

TERCEIRO DOMINGO DA QUARESMA

Êxodo 20,1-17; Salmo 19(18); 1 Coríntios 1, 22-25; João 2, 13-25

A ALIANÇA COM DEUS E A CRUZ DE CRISTO

 

A Quaresma é tempo de preparação ou de renovação batismal. No desejo de instruir os fiéis, a liturgia do 3º domingo apresenta os Dez Mandamentos (1ª leitura). Não são meros “preceitos”. A primeira frase não é um preceito, mas a expressão do benefício que Deus prestou a seu povo. “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa de escravidão”. Os Dez Mandamentos têm a forma de uma “aliança”, de um pacto entre um soberano e seus subalternos. O soberano “entra” com sua proteção e força, os subalternos com sua colaboração. Deus mostrou sua força, tirando o povo do Egito. Agora, os subalternos vão colaborar, observando as regras necessárias para que o povo que Deus escolheu para si fique em pé. São regras vitais: respeitar e adorar a ele só, e respeitar-se mutuamente, na justiça e na solidariedade. As três primeiras palavras dizem respeito a Deus; as outras sete, chamadas mandamentos, ensinam o povo a se organizar. A autenticidade do amor a Deus, fica visível no amor ao próximo.

Estas duas regras são necessárias para que o povo não se desintegre pela divisão religiosa e pela divisão político-social. São as duas tábuas da Lei: o amor a Deus e o amor ao próximo. Desde então fazem parte do Catecismo, até hoje.

Esse Deus, que nos manda adorar a si e amar os nossos irmãos, dá-se a conhecer de forma sempre mais concreta através da História. Os antigos israelitas o concebiam sobretudo como “o Senhor dos Exércitos”, o Todo-Poderoso, que os tirou do Egito. São Paulo, porém, depois que se converteu a Jesus de Nazaré, percebeu Deus de outra maneira. Deus não se manifesta só no poder; em Jesus, manifestou-se na fraqueza da cruz, “escândalo para os judeus e loucura para os pagãos” (2ª leitura).

E o Deus da “loucura do amor”, que se manifesta em Jesus, é o centro do evangelho de hoje, que orienta nosso olhar para a obra do amor fiel que Jesus levará a termo em Jerusalém. Jesus entra no Templo, irrita-se com os abusos – comércio em vez de oração – e expulsa, até com chicote, os animais do sacrifício e os vendedores. Ora, expulsando, na véspera da Páscoa, os animais do sacrifício – um para cada família de peregrinos – ele põe fim ao regime do Templo (que servia exatamente para os sacrifícios dos animais), e porque o templo de Jerusalém, casa de oração, havia se transformado em banco central, casa de câmbio, lugar da exploração econômica sobre os pobres.

O evangelista acrescenta que os discípulos mais tarde entenderam que a esse gesto se referiam as palavras do Sl 69,10: “O zelo por tua casa me devorará”. E quando os chefes exigem um sinal de sua autoridade, Jesus responde: “Destruí este santuário, eu o reerguerei em três dias”. O evangelista explica que ele falava da ressurreição, do templo de seu corpo, que desde agora toma o lugar do templo de pedra. Jesus é o lugar da manifestação de Deus e a nova proposta para a humanidade. É o verdadeiro Templo e o lugar do verdadeiro culto, da verdadeira adoração, do encontro com Deus.

Qual o Templo que devemos purificar? Nosso coração deve ser um sinal de Deus para os irmãos. Nossas comunidades devem dar testemunho da vida de Deus. A Igreja deve ser essa “Casa de Deus” onde as pessoas podem encontrar a proposta de libertação e de Salvação que Deus oferece a todos. O “Culto”, que Deus aprecia, deve ser uma vida vivida na escuta de suas propostas e traduzida em gestos concretos de doação, de entrega, de serviço simples e humilde aos irmãos. Jesus purificou o templo de seus profanadores e nos convida a purificar também o templo de nosso coração.

A Campanha da Fraternidade nos lembra outro templo sagrado, também profanado pela ganância dos “vendilhões” de hoje. A Pessoa humana é esse lugar sagrado, onde Deus quer ser respeitado e servido… por isso da proposta da Campanha: Fraternidade e superação da violência e lema: “Em Cristo somos todos irmãos” (Mt 23,8). Precisamos superar as formas de violência que ainda existem entre nós.

Assim, esta celebração deve nos levar a refletir sobre o ESPÍRITO com que vivemos a nossa religião: diante da Lei de Deus, nas práticas religiosas de nossa religião e no respeito à pessoa humana! Só assim o nosso culto será realmente agradável a Deus!

Pe Osmar Debatin

Fonte: Site da Diocese de Rio do Sul

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