São Pedro Claver
São Pedro Claver nasceu em Verdu, na Catalunha, Espanha, no dia 26 de junho de 1580. É conhecido como o Apóstolo dos Negros e dos Escravos. Desde criança foi iniciado na vida religiosa. Estudou em Barcelona, no colégio dos jesuítas, e aos 22 anos ingressou na Companhia de Jesus. Após uma temporada de estudos filosóficos no colégio de Palma de Maiorca, nas ilhas Baleares, em 1610 foi enviado como missionário às Índias Ocidentais.
Ordenou-se sacerdote em Santa Fé de Bogotá, Colômbia, em 1616. Foi enviado, então, para Cartagena das Índias, onde viveu até a morte, trabalhando incansavelmente em favor dos escravos negros. Contam que a primeira coisa que fazia na chegada dos escravos provenientes da África era abraçá-los e colocar-se a serviço deles. Os escravos negros tiveram nele um pai e mestre, um defensor e refúgio nas adversidades. Os negros de Cartagena e arredores choraram sua morte e lamentaram sua perda.
É o patrono das missões entre os negros. Morreu no dia 8 de setembro de 1654, com 74 anos de idade e 52 de vida religiosa.
Oração – Prece da comunhão dos deserdados: Deus, nosso Pai, ouvi hoje a nossa prece. Aceitai nossos anseios de uma vida liberta de toda escravidão. Despertai em cada um de nós a busca da liberdade e da dignidade reservada aos filhos de Deus. Não nos deixemos iludir pela demagogia dos que prometem salvação e nem sequer enxergam e lêem as entranhas sofridas dos povos em trabalhosas parições: Pressinto um silêncio profundo, sagrado – quase eterno -, querendo arrancar do céu justiça para ungir os gemidos dos que nascem e as lágrimas dos que morrem. Nestes lugares ainda persiste o cheiro do corpo escravo. É isso que respiro nestes ares. Esse muro grita e geme a noite toda sob chicotadas de um vento selvagem. Meus ouvidos ainda escutam os açoites ferindo o rosto, as carnes de um povo sem glória, sem voz, sem rumo certo… Esta senzala ainda vai ruir com o grito da alforria! Porque quem fez o homem e o mundo não foi o Demo, mas Deus Nosso Senhor! (J. Alves Roda, roda viva, Edições Paulinas, pp. 13-14, 1985.).