Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 14 de fevereiro de 2010
6º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Hoje a Igreja celebra: Santo Cirilo (826+868) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=14&Mes=2
Livro de Jeremias (17,5-8):
Isto diz o Senhor: Maldito aquele que confia no homem e conta somente com a força humana, afastando o seu coração do Senhor.
Assemelha-se ao cardo do deserto; mesmo que lhe venha algum bem, não o sente, pois habita na secura do deserto, numa terra salobra, onde ninguém mora.
Bendito o homem que confia no Senhor, que tem no Senhor a sua esperança.
É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, e a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano e não deixará de dar fruto.
Livro de Salmos (1,1-2.3.4.6):
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem toma parte na reunião dos libertinos;
antes põe o seu enlevo na lei do SENHOR e nela medita dia e noite.
É como a árvore plantada à beira da água corrente: dá fruto na estação própria e a sua folhagem não murcha; em tudo o que faz é bem sucedido.
Mas os ímpios não são assim! São como a palha que o vento leva.
O SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz à perdição.
1ª Carta aos Coríntios 15,12.16-20:
Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como é que alguns de entre vós dizem que não há ressurreição dos mortos?
Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e permaneceis ainda nos vossos pecados.
Por conseguinte, aqueles que morreram em Cristo, perderam se.
E se nós temos esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram.
Evangelho segundo S. Lucas (6,17.20-26):
Descendo com eles, deteve-se num lugar plano, juntamente com numerosos discípulos e uma grande multidão de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sídon.
Erguendo os olhos para os discípulos, pôs-se a dizer: «Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus.
Felizes vós, os que agora tendes fome, porque sereis saciados. Felizes vós, os que agora chorais, porque haveis de rir.
Felizes sereis, quando os homens vos odiarem, quando vos expulsarem, vos insultarem e rejeitarem o vosso nome como infame, por causa do Filho do Homem.
Alegrai-vos e exultai nesse dia, pois a vossa recompensa será grande no Céu. Era precisamente assim que os pais deles tratavam os profetas».
«Mas ai de vós, os ricos, porque recebestes a vossa consolação!
Ai de vós, os que estais agora fartos, porque haveis de ter fome! Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis!
Ai de vós, quando todos disserem bem de vós! Era precisamente assim que os pais deles tratavam os falsos profetas».
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Paul VI, papa de 1963-1978
Exortação Apostólica sobre a alegria cristã «Gaudete in Domino»
"Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus»
A alegria de estar no amor de Deus começa já aqui em baixo. É a alegria do Reino de Deus. Mas ela é concedida num caminho escarpado, que exige uma confiança total no Pai e no Filho e uma preferência dada ao Reino. A mensagem de Jesus promete sobretudo a alegria, esta alegria exigente; não é verdade que começa pelas bem-aventuranças? «Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino dos Céus. Felizes vós, os que agora tendes fome porque sereis saciados. Felizes vós, os que agora chorais porque haveis de rir».
Para arrancar do coração do homem o pecado da presunção e manifestar ao Pai uma total obediência filial, o próprio Cristo aceita misteriosamente morrer pela mão dos ímpios, morrer numa cruz. Mas […] doravante, Jesus vive para sempre na glória do Pai e foi por isso que os discípulos sentiram uma alegria imensa na tarde de Páscoa (Lc 24,41).
Acontece que, aqui em baixo, a alegria do Reino realizado só pode brotar da celebração conjunta da morte e da ressurreição do Senhor. É o paradoxo da condição cristã, que singularmente clarifica o paradoxo da condição humana: nem a provação nem o sofrimento são eliminados deste mundo, mas tomam um sentido novo na certeza de participar na redenção operada pelo Senhor e de partilhar da sua glória. É por isso que o cristão, submetido às dificuldades da existência comum, não está no entanto reduzido a procurar o seu caminho tateando, nem a ver na morte o fim das suas esperanças. Com efeito, e como anunciava o profeta: «O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz e sobre os habitantes do país sombrio uma luz resplandeceu. Multiplicaste o seu júbilo, fizeste brotar a sua alegria» (Is 9,1-2).