Segunda-feira, 3 de Abril de 2023
Semana Santa
Leituras:
Is 42,1-7
Sl 26(27),1.2.3.13-14 (R. 1a)
Jo 12,1-11
PRIMEIRA LEITURA
Ele não clama nem levanta a voz,
nem se faz ouvir pelas ruas
(Primeiro canto do Servo do Senhor).
Leitura do Livro do Profeta Isaías 42,1-7:
1
“Eis o meu servo – eu o recebo;
eis o meu eleito – nele se compraz minh’alma;
pus meu espírito sobre ele,
ele promoverá o julgamento das nações.
2
Ele não clama nem levanta a voz,
nem se faz ouvir pelas ruas.
3
Não quebra uma cana rachada
nem apaga um pavio que ainda fumega;
mas promoverá o julgamento para obter a verdade.
4
Não esmorecerá nem se deixará abater,
enquanto não estabelecer a justiça na terra;
os países distantes esperam seus ensinamentos”.
5
Isto diz o Senhor Deus,
que criou o céu e o estendeu,
firmou a terra e tudo que dela germina,
que dá a respiração aos seus habitantes
e o sopro da vida ao que nela se move:
6
“Eu, o Senhor, te chamei para a justiça
e te tomei pela mão;
eu te formei e te constituí como o centro
de aliança do povo, luz das nações,
7
para abrires os olhos dos cegos,
tirar os cativos da prisão,
livrar do cárcere os que vivem nas trevas”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
Sl 26(27),1.2.3.13-14 (R. 1a)
R. O Senhor é minha luz e salvação.
1
O Senhor é minha luz e salvação; *
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida; *
perante quem eu tremerei? R.
2
Quando avançam os malvados contra mim, *
querendo devorar-me,
são eles, inimigos e opressores, *
que tropeçam e sucumbem. R.
3
Se contra mim um exército se armar, *
não temerá meu coração;
se contra mim uma batalha estourar, *
mesmo assim confiarei. R.
13
Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver *
na terra dos viventes.
14
Espera no Senhor e tem coragem, *
espera no Senhor! R.
Aclamação ao Evangelho
R. Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!
V. Salve, nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.
EVANGELHO
Deixa-a; ela fez isto
em vista do dia de minha sepultura.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 12,1-11:
1
Seis dias antes da Páscoa,
Jesus foi para Betânia, onde morava Lázaro,
que ele havia ressuscitado dos mortos.
2
Ali ofereceram a Jesus um jantar;
Marta servia
e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
3
Maria, tomando quase meio litro de perfume
de nardo puro e muito caro,
ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos.
A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo.
4
Então, falou Judas Iscariotes,
um dos seus discípulos,
aquele que o havia de entregar:
5
“Por que não se vendeu este perfume
por trezentas moedas de prata,
para as dar aos pobres?”
6
Judas falou assim
não porque se preocupasse com os pobres,
mas porque era ladrão;
ele tomava conta da bolsa comum
e roubava o que se depositava nela.
7
Jesus, porém, disse:
“Deixa-a; ela fez isto
em vista do dia de minha sepultura.
8
Pobres, sempre os tereis convosco,
enquanto a mim, nem sempre me tereis”.
9
Muitos judeus,
tendo sabido que Jesus estava em Betânia,
foram para lá,
não só por causa de Jesus,
mas também para verem Lázaro,
que Jesus havia ressuscitado dos mortos.
10
Então, os sumos sacerdotes
decidiram matar também Lázaro,
11
porque, por causa dele,
muitos deixavam os judeus
e acreditavam em Jesus.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
São Gregório de Nissa (c. 335-395)
monge, bispo
O perfume do nardo
O perfume do Esposo
Uma mistura sábia e harmoniosa de muitos e diversos aromas, cada um com o seu perfume particular, constitui uma essência perfumada cuja composição toma o nome de nardo, nome que tiramos de uma das plantas odoríferas que entram na sua preparação; o aroma difundido pela união de todos esses aromas particulares é apreendido pela sensibilidade purificada como o bom odor do próprio Esposo. […]
E, se o nardo do Evangelho está de alguma maneira relacionado com o perfume da Esposa [do Cântico dos Cânticos], podemos, se o desejarmos, deduzir do que escrevemos o que era este «nardo puro, de alto preço» que foi derramado sobre a cabeça do Senhor (cf Mc 14,3-9) e encheu toda a casa com a fragrância do seu perfume (cf Jo 12,3). Com efeito, talvez este perfume não seja estranho àquele que permite à Esposa detectar o perfume do Esposo. No Evangelho, ele é derramado sobre o Senhor e enche a sala na qual tinha lugar a refeição.
Também aqui me parece que, por uma inspiração profética, a mulher quis significar antecipadamente por este perfume o mistério da morte do Senhor, como Ele próprio testemunha quando diz: «Deixa-a em paz: ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura». E ensina-nos que a casa cheia desta boa fragrância significa o mundo inteiro e toda a Terra quando diz que «onde for proclamada esta boa nova pelo mundo, será referido o que ela fez, em sua memória» (Mt 26,13).
Tal como no Cântico dos Cânticos o nardo dá à Esposa o odor do Esposo, assim no Evangelho o bom aroma de Cristo, que tinha então enchido toda a casa, comunica-se a todo o corpo da Igreja, por toda a terra e no mundo inteiro.
Somos convidados a rezar, neste mês, com nosso Papa e todos os cristãos na seguinte intenção
POR UMA CULTURA DA NÃO VIOLÊNCIA
Rezemos pela maior difusão de uma cultura da não violência, que implica um cada vez menor recurso às armas, seja da parte dos Estados, seja da parte dos cidadãos.