Dia 12 de dezembro de 2022
Segunda-feira da 3ª Semana de Advento
EVANGELHO
Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-47:
39
Naqueles dias,
Maria partiu para a região montanhosa,
dirigindo-se, apressadamente,
a uma cidade da Judéia.
40
Entrou na casa de Zacarias
e cumprimentou Isabel.
41
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
a criança pulou no seu ventre
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42
Com um grande grito, exclamou:
“Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!
43
Como posso merecer
que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
44
Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos,
a criança pulou de alegria no meu ventre.
45
Bem-aventurada aquela que acreditou,
porque será cumprido,
o que o Senhor lhe prometeu”.
46
Então Maria disse:
“A minha alma engrandece o Senhor,
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e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador”.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia – 1
Santa Clara (1193-1252), monja franciscana
3.ª carta a Inês de Praga, 18-26
Morada de Deus
Agarra-te a esta doce Mãe que trouxe ao mundo o Filho que os céus não tinham capacidade para conter; mas Ela conteve-O no pequeno claustro do seu ventre, e trouxe-O no seu seio virginal.
Quem deixaria de se afastar com horror do inimigo do gênero humano e de todas as suas ciladas? Ele agita diante dos nossos olhos o prestígio de glórias efêmeras e enganosas, esforçando-se por reduzir a nada aquilo que é maior que o céu. Porque a alma de um fiel, que é a mais digna de todas as criaturas, torna-se evidentemente, pela graça de Deus, maior que o céu: pois só ela se torna morada desse Criador que os céus imensos e todas as outras criaturas não são capazes de conter. Para tal, basta que possua aquilo que os ímpios recusam: a caridade. Dá testemunho disso mesmo Aquele que é a própria verdade: «Quem Me tiver amor será amado por meu Pai, e Eu o amarei […], e Nós viremos a ele e nele faremos morada» (Jo 14,21.23).
Assim, pois, como a gloriosa Virgem das virgens O trouxe materialmente no seu seio, assim também tu O podes trazer sempre, de forma espiritual no teu corpo casto e virginal, se seguires as suas pegadas, em especial a sua humildade e a sua pobreza; poderás conter em ti o céu que te contém, a ti e a todo o universo; possuí-Lo-ás de forma bem mais real e mais concreta do que poderias possuir os bens perecíveis deste mundo.
Comentário do dia – 2
São Beda
o Venerável (c. 673-735), monge beneditino, doutor da Igreja
Sermão n.º 1; CCL 122, 2
«Todos consideram João como profeta»
Se perguntarmos porque é que João batizava, uma vez que não podia remir os pecados com o seu batismo, a razão é bem clara: para ser fiel ao seu ministério de Precursor, João tinha de batizar antes do Senhor, tal como nascera antes dele, pregava antes dele e morreria antes dele. Mas também o fazia para impedir que as invejas quezilentas dos fariseus e dos escribas recaíssem sobre o ministério do Senhor, como aconteceria se fosse Ele o primeiro a dar o batismo aos homens. «Donde era o batismo de João? Do Céu ou dos homens?».
Tal como não ousaram negar que vinha do Céu, assim também seriam constrangidos a reconhecer que as obras daquele sobre quem João pregava eram realizadas por um poder que vinha do Céu. O batismo de João não remia os pecados, mas não deixava de ser fecundo para aqueles que o recebiam: […] era um sinal de fé e de arrependimento, isto é, lembrava a todos que deviam abster-se do pecado, dar esmola, crer em Cristo e apressar-se a pedir o seu batismo quando Ele aparecesse, para remissão dos seus pecados.
Por outro lado, o deserto onde João habitava representa a via dos santos, que se afastam dos prazeres deste mundo. Quer vivam na solidão, quer no meio da multidão, eles tendem com toda a sua alma a desligar-se dos desejos deste mundo, e só encontram alegria quando se ligam a Deus no segredo do seu coração e põem toda a sua esperança nele. Era para essa solidão da alma, tão cara a Deus, que o profeta desejava tender, com a ajuda do Espírito Santo, quando dizia: «Quem me dera ter asas como a pomba, para poder voar e encontrar abrigo!» (Sl 55,7).
Pelas organizações de voluntariado
Rezemos para que as organizações de voluntariado e promoção humana encontrem pessoas desejosas de empenhar-se pelo bem comum e procurem caminhos sempre novos de colaboração a nível internacional.