Dia 27 de outubro de 2022
Quinta-feira da XXX Semana do Tempo Comum
Cor litúrgica: Verde
EVANGELHO
Não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 13,31-35:
31
Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se
e disseram a Jesus:
“Tu deves ir embora daqui,
porque Herodes quer te matar”.
32
Jesus disse:
“Ide dizer a essa raposa:
eu expulso demônios
e faço curas hoje e amanhã;
e no terceiro dia terminarei o meu trabalho.
33
Entretanto, preciso caminhar hoje,
amanhã e depois de amanhã,
porque não convém
que um profeta morra fora de Jerusalém.
34
Jerusalém, Jerusalém!
Tu que matas os profetas
e apedrejas os que te foram enviados!
Quantas vezes eu quis reunir teus filhos,
como a galinha reúne os pintainhos debaixo das asas,
mas tu não quiseste!
35
Eis que vossa casa ficará abandonada.
Eu vos digo: não me vereis mais,
até que chegue o tempo em que vós mesmos direis:
‘Bendito aquele que vem em nome do Senhor’ “.
Palavra da Salvação.
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil © Todos os direitos reservados.)
Comentário do dia
Concílio Vaticano II
Declaração sobre as relações da Igreja com as religiões não cristãs «Nostra Aetate», § 4 (rev)
«Herodes quer matar-Te».
Segundo o testemunho da Sagrada Escritura, Jerusalém não conheceu o tempo em que foi visitada (cf Lc 19,44), e os judeus, em grande parte, não receberam o Evangelho; antes, não poucos se opuseram à sua difusão. No entanto, segundo o Apóstolo, os judeus continuam ainda, por causa dos patriarcas, a ser muito amados por Deus, cujos dons e vocação não conhecem arrependimento (cf Rm 11,28ss). Com os profetas e o mesmo Apóstolo, a Igreja espera por aquele dia, só de Deus conhecido, em que todos os povos invocarão a Deus com uma só voz e «O servirão debaixo dum mesmo jugo» (Sf 3,9).
Sendo assim tão grande o patrimônio espiritual comum aos cristãos e aos judeus, este sagrado Concílio quer fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima, os quais se alcançarão sobretudo por meio dos estudos bíblicos e teológicos e com um diálogo fraterno. Ainda que as autoridades dos judeus e os seus sequazes tenham urgido a condenação de Cristo à morte, não se pode todavia imputar indistintamente a todos os judeus que então viviam, nem aos judeus do nosso tempo, o que na sua Paixão se perpetrou.
E embora a Igreja seja o novo Povo de Deus, nem por isso os judeus devem ser apresentados como reprovados por Deus e malditos, como se tal coisa se concluísse da Sagrada Escritura. Procurem todos, por isso, evitar que, tanto na catequese como na pregação da palavra de Deus, se ensine seja o que for que não esteja conforme com a verdade evangélica e com o espírito de Cristo. Além disso, a Igreja, que reprova quaisquer perseguições contra quaisquer homens, lembrada do seu comum patrimônio com os judeus, e levada, não por razões políticas mas pela religiosa caridade evangélica, deplora todos os ódios, perseguições e manifestações de antissemitismo, seja qual for o tempo em que isso sucedeu e seja quem for a pessoa que isso promoveu contra os judeus.
De resto, como a Igreja sempre ensinou e ensina, Cristo sofreu, voluntariamente e com imenso amor, a sua Paixão e morte pelos pecados de todos os homens, para que todos alcancem a salvação. O dever da Igreja, ao pregar, é portanto anunciar a cruz de Cristo como sinal do amor universal de Deus e como fonte de toda a graça.
Por uma Igreja aberta a todos
Rezemos para que a Igreja, fiel ao Evangelho e corajosa no anúncio, seja um lugar de solidariedade, de fraternidade e de acolhimento, vivendo cada vez mais a sinodalidade.