Ver comentário embaixo,
Cardeal John Henry Newman :
Livro de Daniel 12,1-3:
«Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande príncipe, que protege os filhos do teu povo. Será este um período de angústia tal, que não terá havido outro semelhante desde que existem nações até àquele tempo. Ora, entre a população do teu povo, serão salvos todos os que se encontraram inscritos no livro. Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a ignomínia, para a reprovação eterna. Os que tiverem sido sensatos resplandecerão como a luminosidade do firmamento, e os que tiverem levado muitos aos caminhos da justiça brilharão como estrelas com um esplendor eterno.
Livro de Salmos 16,5.8.9-10.11:
SENHOR, minha herança e meu cálice, a minha sorte está nas tuas mãos.
Tenho sempre o SENHOR diante dos meus olhos; com Ele a meu lado, jamais vacilarei.
Por isso, o meu coração se alegra e a minha alma exulta e o meu corpo repousará em segurança.
Pois tu não me entregarás à morada dos mortos, nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.
Hás de ensinar-me o caminho da vida, saciar-me de alegria na tua presença, e de delícias eternas, à tua direita.
Carta aos Hebreus 10,11-14.18:
Todo o sacerdote se apresenta diariamente para oferecer o culto, oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem apagar os pecados. Cristo, porém, depois de oferecer pelos pecados um único sacrifício, sentou-se para sempre à direita de Deus, esperando, por último, que os seus inimigos sejam postos como estrado dos seus pés. De fato, com uma só oferta, Ele tornou perfeitos para sempre os que são santificados. Ora, onde há perdão dos pecados, já não há necessidade de oferenda pelos pecados.
Evangelho segundo S. Marcos 13,24-32:
«Mas nesses dias, depois daquela aflição, o sol vai escurecer-se e a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do céu e as forças que estão no céu serão abaladas. Então, verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os seus anjos e reunirá os seus eleitos dos quatro ventos, da extremidade da terra à extremidade do céu.» «Aprendei, pois, a parábola da figueira. Quando já os seus ramos estão tenros e brotam as folhas, sabeis que o verão está próximo. Assim, também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que Ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia ou a essa hora, ninguém os conhece: nem os anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Cardeal Newmann (1801-1890), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo
«The Invisible World» PPS, IV, 13
Apenas uma vez por ano, mas ainda assim uma vez, o mundo que vemos manifesta subitamente as suas capacidades escondidas e revela-se de várias formas. Então as folhas aparecem, as árvores de fruto e as flores desabrocham, a erva e o trigo germinam. Há subitamente um impulso e irrompe a vida escondida que Deus colocou no mundo material. Ora bem! Isto serve-nos como exemplo do que o mundo pode fazer a uma ordem de Deus. Esta terra […] explodirá um dia num mundo novo de luz e de glória, no qual veremos os santos e os anjos. Quem pensaria, sem a experiência que teve das primaveras precedentes, quem poderia conceber, dois ou três meses antes, que a face da natureza, que parecia morta, pudesse tornar-se tão esplêndida e tão variada ? […]
O mesmo se passa com respeito a essa primavera eterna que espera todos os cristãos: virá, mesmo que tarde. Esperemo-la porque «o que há de vir virá e não tardará» (Hb 10,37). É por isso que dizemos todos os dias «Venha a nós o vosso reino!» O que quer dizer: Mostra a tua grandeza, Senhor; tu que tens o teu trono sobre os querubins, mostra a tua grandeza. Desperta o teu poder e vem salvar-nos [cf. Sl 80 (79),2-3].