Hoje a Igreja celebra : S. Carlos Borromeu, bispo, +1584 – Leia sua vida clicando:
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São Boaventura : São Francisco renuncia a tudo para seguir Cristo
Carta aos Romanos 13,8-10:
Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser isto: amar-vos uns aos outros. Pois quem ama o próximo cumpre plenamente a lei. De fato: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, bem como qualquer outro mandamento, estão resumidos numa só frase: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. Assim, é no amor que está o pleno cumprimento da lei.
Livro de Salmos 112
(111),1-2.4-5.9:Feliz o homem que teme o SENHOR e se compraz nos seus mandamentos.
Sua descendência será poderosa sobre a terra, e bendita, a geração dos justos.
Brilha para os homens retos como luz nas trevas: ele é piedoso, clemente e compassivo.
Feliz o homem que se compadece e empresta e administra os seus bens com justiça.
Reparte do que é seu com os pobres; a sua generosidade subsistirá para sempre e o seu poder crescerá em glória.
Evangelho segundo S. Lucas 14,25-33:
Seguiam com ele grandes multidões; e Jesus, voltando-se para elas, disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo e não me tem mais amor que ao seu pai, à sua mãe, à sua esposa, aos seus filhos, aos seus irmãos, às suas irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não tomar a sua cruz para me seguir não pode ser meu discípulo. Quem dentre vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro para calcular a despesa e ver se tem com que a concluir? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, não a podendo acabar, todos os que virem comecem a troçar dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não pôde acabar.’ Ou qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro para examinar se lhe é possível com dez mil homens opor-se àquele que vem contra ele com vinte mil? Se não pode, estando o outro ainda longe, manda-lhe embaixadores a pedir a paz. Assim, qualquer de vós, que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
São Boaventura (1221-1274), franciscano, Doutor da Igreja
A Vida de São Francisco, Legenda major, ch. 2 (a partir da trad. Vorreux et Desbonnets, Documents, Eds. Franciscaines 1968, p. 576 rev.)
O pai de Francisco queria que ele comparecesse perante o bispo para renunciar a todos os seus direitos de herdeiro e lhe restituísse o que ainda possuía. Como verdadeiro amante da pobreza, Francisco presta-se de boa vontade à cerimónia, apresenta-se no tribunal do bispo e, sem esperar um momento nem hesitar sobre fosse o que fosse, sem esperar por uma ordem nem pedir qualquer explicação, despe todas as suas roupas e entrega-as ao seu pai. […] Cheio de fervor, levado pela embriaguez espiritual, descalça também os sapatos e, completamente nu perante a assistência, declara ao seu pai: «Até agora chamei-te pai na terra; doravante poderei dizer com segurança: ‘Pai Nosso que estais no Céu’, pois foi a ele que confiei o meu tesouro e entreguei a minha fé».
O bispo, homem santo e muito digno, chorava de admiração ao ver os excessos a que o levava o seu amor a Deus; levantou-se, tomou o jovem nos seus braços, cobriu-o com o seu casaco e mandou buscar algo para lhe vestir. Trouxeram-lhe um pobre casaco de burel de um camponês que estava ao serviço do bispo. Francisco recebeu-o com gratidão e, apanhando em seguida do chão um pedaço de giz, traçou nele uma cruz; esta veste significava este homem crucificado, este pobre meio despido. Foi assim que o servidor do Grande Rei ficou nu para caminhar atrás do seu Senhor, pregado nu à cruz.