Há dois santos que levam o nome de Osvaldo, ambos de origem inglesa: um foi rei, outro bispo. Por caminhos diversos chegaram à santidade, que é a vocação comum de todos os cristãos.
O mais antigo é Osvaldo o rei da Nortúmbria, na Inglaterra, do qual temos poucas notícias. A tradição o apresenta como rei sábio, piedoso, valoroso nas guerras empreendidas na defesa da pátria e da religião. Ele favoreceu a evangelização da Inglaterra iniciada cinqüenta anos antes pelo grande apóstolo Santo Agostinho.
Os reis da Idade Média identificavam a causa da pátria com a da religião cristã, da qual se consideravam promotores e tutores.
Enquanto estava empenhado em dura batalha contra inimigos que ameaçavam a pátria e a religião cristã, Osvaldo caiu morto em Masefield, a 5 de agosto de 642. O povo o brindou com o título de mártir.
O grande doutor da igreja, São Beda no século seguinte, em sua História da Igreja da Inglaterra, narra com orgulho as façanhas deste primeiro santo inglês.
Alias, Santo Osvaldo foi também o primeiro rei santo da Idade Média, abrindo uma série de gloriosos reis santos que na Idade Média tanto concorreram para formação dos nossos povos europeus, promovendo uma civilização marcadamente cristã.
Os numerosos reis e rainhas elevados à honra dos altares comprovam como a santidade é possível em todo estado de vida e é conciliável com todas as profissões. Aliás se, no dizer de São Paulo, toda autoridade vem de Deus, exercida com prudência, abnegação e fidelidade ao plano de Deus, deve necessariamente concorrer para a santificação dos homens que a detêm.
O outro Santo Osvaldo tornou-se arcebispo de York no fim do primeiro milênio. Ele era sobrinho de Santo Otão, arcebispo de Canterbury, que o encaminhou aos estudos superiores que Osvaldo assimilou com muita profundidade. Tendo abraçado o estado clerical, tornou-se cônego da catedral de Winchester. Aspirando, em seguida, a maior perfeição religiosa, abandonou confortos e benefícios, distribuiu seus bens aos pobres e rumou para a França, a fim de entrar na abadia beneditina de Fleury, onde passou vários anos na mais rígida disciplina monástica.
De volta para sua pátria, por ocasião da morte de seu santo tio, foi surpreendido com sua nomeação para bispo de Worcester, assumindo mais tarde também o governo da Diocese de York (961).
Dedicou-se com admirável zelo pastoral ao governo das duas dioceses, preocupando-se sobretudo com a formação do clero.
Necessitando de maior número de sacerdotes para evangelização e instrução catequética dos fiéis, Osvaldo procurou na França monges beneditinos. Para isso construiu sete novos mosteiros aprimorados para formação de missionários em suas dioceses.
A história fala do santo bispo Osvaldo como um homem de grande zelo pastoral, de edificante generosidade para com os pobres, de trato dedicado e bondoso. Sua vida foi austera até à severidade, levando sua vida de bispo nos moldes da mais rígida disciplina monástica.
Osvaldo faleceu em 992, no dia 29 de fevereiro, e o povo lhe tributou logo o culto de veneração que a Igreja ratificou, inserindo Osvaldo no catálogo dos santos.
Santo Leandro
+ 600
Religioso espanhol nascido em Cartagena, Leandro foi bispo de Sevilha e fez parte de uma família de santos. Além dele, foram canonizados seus irmãos Fulgêncio e Isidoro, além da irmã Florentina.
Desde rapaz, Leandro era conhecido como dono de grande cultura e sua fama cresceu ainda mais quando entrou para a Ordem de São Bento, em Hispalis, Espanha. Assim, nada mais natural que, morto o bispo de Sevilha, fosse ele, Leandro, nomeado para o cargo, com grande aceitação popular e também do clero.
Porém, teve que enfrentar os poderosos governantes que queriam destruí-lo, pois, graças a ele, Hermenegildo, filho mais velho do rei Leovegildo havia se convertido cristão.
A conversão do príncipe real, que significava a futura conversão do reino, bem como de dezenas de outros pagãos, deixou irados os hereges arianos, que arquitetaram vários planos para matá-lo.
Os dados mostram que o bispo Leandro só escapou da morte pela Providencia Divina. Mas, se não conseguiram matar o bispo, os hereges passaram a pressionar tanto o rei, que até o príncipe convertido foi condenado à morte e levado ao martírio.
Leandro, por sua vez, foi exilado e teve que deixar suas paróquias. No entanto, mesmo afastado de seu rebanho ele não parou de guiá-los. Enviava contínuas cartas e artigos orientando sobre o cristianismo e combatendo os arianos, além de dirigir e seguir as pastorais mesmo no exílio.
Repentinamente vários prodígios e graças passaram a ser registrados no túmulo do príncipe cristão martirizado, com o rei se arrependendo do que fizera. Mandou repatriar o bispo Leandro e a ele entregou a educação religiosa do segundo filho, Recaredo, que seria o futuro monarca.
A conversão do rei acabou com o poder dos hereges seguidores de Ário e fez com que quase toda a população se convertesse também.
Por este trabalho de evangelização, o bispo Leandro, que morreu aos oitenta anos, na cidade de Sevilha, em 600, figura na História da Igreja, merecidamente, como o “Apóstolo dos Godos”.
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