Diácono Celito
Em Auxiliadora logo fui me relacionando com a comunidade e com o padre Edinilton (pároco). Visitei algumas famílias, conhecendo e me dando a conhecer. No dia 12 de março Dom Francisco veio nos visitar e com ele estivemos em diversas comunidades ribeirinhas entre outras, onde foi ministrado o sacramento da Crisma, entre 12 e 16 de março. Meu serviço missionário vai desde atender na secretaria, visitas às famílias da nossa comunidade paroquial 32 comunidades registrando em fichas próprias seus dados para futuras ações evangelizadoras, bem como apoio e orientações nas mais diversas áreas e necessidades. Ministrar encontros de formação, especialmente ministros extraordinários da Palavra, organizar e formar lideranças, escuta e aconselhamentos, presidir celebrações, batismos, orientações bíblicas. Tudo aqui é muito simples e a beleza está não só na natureza, mas especialmente nas pessoas de todas as faixas etárias. As crianças brincam livres e alegres parecendo flores enfeitando os jardins e as praças. Aqui não há quem se preocupe em ostentação, em vaidade. Tudo é muito natural, por isso, muito belo.
Comunidades abandonadas
Estou residindo e servindo na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora de Uruapiara. Fica a umas quinze horas de barco rio Madeira abaixo, aproximadamente, saindo de Humaitá. Aqui somos 36 comunidades, todas ribeirinhas. Algumas delas, bastante abandonadas, mesmo as próximas à matriz. Uma delas, Santa Fé, já se tornou comunidade evangélica. Quando aqui cheguei em fevereiro, descobri que várias delas não haviam sido visitadas fazia mais de dois anos, não por culpa do administrador paroquial, que sozinho e cuidando também da secretaria com os serviços administrativos, sempre fez o melhor possível. A partir da minha chegada em fevereiro, com minha modesta colaboração, muito já mudou: Programas como “Igreja em saída”, como outros no âmbito de formações foram e estão sendo elaborados pelo nosso pároco padre Edinilton. Estamos saindo em missão de forma organizada e planejada. As comunidades já cientes, nos aguardam sempre com muita alegria. Das 36 comunidades todas ribeirinhas, 14 são acessíveis pelo rio Madeira, 10 pelo rio dos Marmelos e 9 pelo rio Uruapiara. Entre essas, 7 também oferecem acesso por terra, a pé e de moto em tempo seco.
Uma moto para trabalhar
Aqui não existem estradas nem carros, apenas umas cinco caminhonetes de fazendeiros. Daí a necessidade de termos um meio de transporte próprio, especialmente por terra. Em maio, já conhecendo melhor nossa realidade, fiz um apelo para o Dom Rafael, Bispo da Diocese de Blumenau, para nos enviar um recurso, que possibilitasse a compra de uma lancha. Dom Rafael prontamente atendeu a esse apelo, acionou a coordenação da CODIPE, e nos foi então enviada uma quantia na conta da Diocese de Humaitá. Dom Francisco, pela sua experiência missionária, e com muita sabedoria, priorizou nesse primeiro momento a compra de uma moto para atender as nossas necessidades missionárias. A moto está sendo muito utilizada e muitas famílias já foram e estão sendo visitadas, evangelizadas e cadastradas. Já foram trocados os pneus originais lisos para os próprios para estradas de lama e escorregadias, para nos ajudar nessa ação missionária amazônica. Quero expressar minha gratidão em nome do nosso Bispo Dom Francisco Merkel e do nosso pároco, padre Edinilton Botelho, a Dom Rafael Biernaski, à coordenação da CODIPE e a todos vocês aí de Blumenau que colaboraram nesse projeto. Pedimos ainda que continuem a colaborar, especialmente com suas orações. Obrigado, Deus os abençoe.
José e Izabel
A Paróquia Santa Luzia situa-se no distrito de Santo Antônio do Matupy, município de Manicoré. É composta por 25 comunidades. Em 10 delas já existe capela. Em outras 15 ainda não. Em algumas o término do comércio de madeiras fez as famílias venderem seus lotes e mudarem-se para outras cidades ou mesmo para outros locais aqui no km 180, pois existem ainda várias serrarias que funcionam. A cidade conta ainda com fábrica de laticínios, lojas e três mercados.