Leituras do Evangelho
21 de setembrop de 2009
2ª. feira da 25ª semana do Tempo Comum
Mt 9,9-13:
Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Jesus lhe disse:
– Venha comigo.
Mateus se levantou e foi com ele. Mais tarde, enquanto Jesus estava jantando na casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram e sentaram-se à mesa com Jesus e os seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos:
– Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?
Jesus ouviu a pergunta e respondeu:
– Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Vão e procurem entender o que quer dizer este trecho das Escrituras Sagradas: "Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais." Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons.
Comentário do Evangelho:
Rupert di Deutz (cerca 1075-1130), monge beneditino
Sobre as obras do Espírito Santo, IV,14
O coletor de impostos libertado para o Reino de Deus
Mateus, o publicano, foi nutrido com o “pão da Inteligência”(Eclo 15,3); e com esta mesma inteligência, ele preparou para o Senhor Jesus um grande banquete na sua casa, visto que tinha recebido em herança graça abundante, de acordo com o seu nome (que quer dizer “dom do Senhor”). Um prenúncio de tal banquete de graça fora preparado por Deus: chamado enquanto estava sentado no banco dos impostos, seguiu o Senhor e “lhe preparou um grande banquete na sua casa”(Lc 5,29). Mateus preparou-lhe um banquete, ou melhor, muito grande: um banquete real, podemos dizer.
Mateus é realmente o evangelista que mostra Cristo Rei, através da sua família e dos seus atos. Desde o início do seu livro, ele declara: “Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi” (Mt 1,1). Descreve depois como o recém-nascido vem adorado pelos Magos, na qualidade de Rei dos judeus; toda a narração prossegue cheia de gestos reais e parábolas do Reino. Pelo fim, encontramos estas palavras, pronunciadas por um rei já coroado pela glória da ressurreição:” Foi-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28,20).
Examinando atentamente toda a redação, perceberás que ela está impregnada dos mistérios do Reino de Deus. Mas não é um fato estranho: Mateus tinha sido um publicano, recordava que fora chamado do serviço público do reino do pecado para a liberdade do Reino de Deus, do Reino da justiça. Portanto, de homem não ingrato em relação ao grande rei que o havia libertado, depois serviu fielmente as leis do seu Reino.