Mais um santo no Brasil, artigo der Dom José Negri, publicado hoje, 2, no Jornal de Santa Catarina

Nesta quarta-feira, às 9h, conforme pede a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os sinos de todas as igrejas do Brasil repicarão em sinal de alegria, gratidão e comunhão, pois nesse dia o papa Francisco assina o decreto de canonização do Apóstolo do Brasil, isto é, inscreve no Cânon dos Santos o padre José de Anchieta, agora São José de Anchieta.

O “Santo do Brasil” nasceu em Tenerife, no arquipélago espanhol das Canárias, em 19 de março de 1534. Tendo recebido primorosa educação cristã, foi enviado a estudar em Coimbra, onde dividia o tempo entre o estudo e a oração. Sentindo-se chamado por Deus para a vida consagrada e desejando levar a luz do Evangelho aos que não o conheciam, entrou, aos 17 anos, na Companhia de Jesus, sociedade religiosa missionária recém-fundada por Santo Inácio de Loyola. Deus o provou com uma grave doença, com fraqueza e dores em todo o corpo, durante dois anos. Os superiores decidiram enviá-lo ao Brasil, na esperança de que o bom clima da terra lhe fizesse bem. Providência divina! Partiu de Lisboa em 1553, com 19 anos, acompanhando o novo governador-geral, Duarte da Costa, e alguns outros jesuítas.

Viveu no Brasil dos 19 aos 63 anos, idade em que morreu, sendo nesses 43 anos o verdadeiro Apóstolo do Brasil, participando da fundação de escolas, igrejas e cidades, liderando a catequese dos índios, aprendendo a língua deles e escrevendo a primeira gramática brasileira em tupi. É, com o padre Manuel da Nóbrega, o fundador da cidade de São Paulo, tendo estado também no Rio de Janeiro por ocasião da fundação da cidade, onde dirigiu o Colégio dos Jesuítas. Preparou alas da escola como enfermaria, criando a Santa Casa do Rio de Janeiro.

A pé ou de barco, Anchieta viajou pelo Brasil inaugurando missões, catequizando e instruindo os índios e colonos, consolidando assim o cristianismo e o sistema de ensino no país, fundando povoados, sendo assim o grande promotor da expansão e interiorização do país.

Louvemos a Deus por este grande missionário!

DOM JOSÉ NEGRI|Bispo da Diocese de Blumenau

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