Solenidade da Santíssima Trindade – Comentário às leituras bíblicas por Pe. Osmar Debatin, da Diocese de Rio do Sul

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Solenidade da Santíssima Trindade

1ª Leitura: Dt 4,32-34.39-40
2ª Leitura: Rm 8,14-17
Evangelho: Mt 28,16-20

A TRINDADE EM NOSSA VIDA

 

A festa da Santíssima. Trindade é uma oportunidade para refletir sobre nossa vida de batizados. Fomos batizados “no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, conforme a missão confiada por Jesus aos Apóstolos (Mt 28,20). Será que isso significa algo para nossa vida; modificou algo em nós? Nossa vida de batizados tem algo a ver com as pessoas da Santíssima Trindade?

No Antigo Testamento, Moisés explicou ao povo que Deus é próximo da gente, não inacessível. Fala com seu povo, acompanha-o. Mais: conta com a amizade de seu povo. Não é um Deus indiferente (1ª leitura). E no Novo Testamento, Paulo aponta a presença da Santíssima Trindade de Deus em nossa vida: o Pai coloca em nós o Espírito que nos torna filhos com o Filho (2ª leitura).

Tudo isso nos faz entender melhor o evangelho de hoje, que narra a missão de batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Quem recebe o batismo entra numa relação específica com cada uma das três pessoas da Trindade. Em relação ao Pai, é filho por adoção (o que, na cultura de Jesus, significava muito: pleno direito ao amor e à herança do Pai). Em relação ao Filho, é irmão (participando da mesma vida, do mesmo projeto). E quanto ao Espírito Santo, é dele que recebe inspiração e impulso para viver a vida divina no mundo.

Convém termos consciência disso em nossa vida de batizados. Certamente, Deus é um só. O que o Pai, o Filho e o Espírito Santo significam em nós é uma só e mesma realidade: a presença da vida divina em nós. Mas essa realidade se realiza em relações diversificadas. Uma comparação talvez ajude a aprender esse mistério: na vida conjugal, mulher e homem são ora parceiros no amor, ora colaboradores no sustento da família ou na educação dos filhos, ora pessoas autônomas (para fazerem algo pessoal na vida….) etc.

Assim podemos assumir e cultivar as diversas atitudes que nos relacionam com a Santíssima Trindade em nossa vida. Atitude de filho adotivo do Pai, cuidando de sua obra, de sua solicitude para com a criação e a humanidade. Atitude de irmão de Jesus, na sintonia e solidariedade, na ternura para com outros irmãos – e para com Jesus mesmo! Atitude, finalmente, de quem é impulsionado pelo Espírito Santo (e não pelo espírito do mundo, do lucro, da exploração… etc).

A consciência da relação com as três Pessoas divinas torna nossa vida cristã menos abstrata, conferindo-lhe uma configuração mais versátil, mais concreta. Mas essa consciência não surge espontaneamente. É preciso cultivá-la na contemplação das Três Pessoas divinas.

A Santíssima Trindade é a melhor comunidade. Pelo batismo, somos mergulhados no mistério do seu amor, participantes da vida trinitária. Como herdeiras(os) da Trindade, vivemos em comunhão, participamos da transformação da realidade atual, até que o mundo todo seja sinal do mistério de nosso Deus Comunitário?

Na liturgia participamos mais intimamente da comunhão trinitária e somos renovados na certeza de sermos filhos e não escravos. Em ação de graças e santificados pelo Espírito, nos oferecemos com Cristo ao Pai e assumimos ser comunicadores da salvação a todos os povos.

Pe Osmar Debatin

Fonte: Site da Diocese de Rio do Sul

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