Palavra: Jo 2,1-2:
“No terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava aí.
2. Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos.”
Completamos o primeiro ciclo do Programa de Vida Nova. No início foi preciso deixar de lado preconceitos, sentimentos de autossuficiência e orgulho para aceitar ajuda. No início chegamos aqui cheios de boa vontade para arrumar a vida do outro e fomos convidados a rever o que tínhamos dentro de nós para lutar contra as drogas. Com que armas estávamos enfrentando a desestrutura familiar? Aqui aprendemos com os irmãos. Foi necessário vencer o egoísmo, ser honesto e humilde para aceitar todos os defeitos que carregamos.
Cada um de nós que chegou até aqui é uma pessoa escolhida e abençoada que optou pela decisão de trabalhar pela sobriedade, não somente em causa própria, mas desfrutando a graça de viver o amor fraterno, se colocando a serviço do irmão. E nesta semana estamos concluindo mais um ciclo desta Caminhada de Vida Nova, que hoje festeja, inserido no contexto “fé e vida”. A Pastoral da Sobriedade nos ensina a viver uma vida saudável, otimista e alegre. Uma vida baseada na vida de Jesus, que também participava de festas e ceias, como acabamos de ver na Palavra de Deus.
O primeiro milagre de Jesus ocorreu em uma festa de casamento, na cidade de Caná da Galiléia. Sua presença está ligada a bênçãos. Ele cedeu ao pedido de sua mãe, ainda que afirmasse não estar preparado porque ainda não era a sua hora. Jesus sabia que ali começava a sua peregrinação e a festa foi o ponto de partida dos seus milagres. Neste texto se enfatiza o valor da família, da cerimônia de união do casal e da acolhida dos convidados. Além do sentido da alegria, esta festa tinha o cunho da religiosidade, da ação de graças à Deus pela bênção recebida na nova união.
Jesus transforma a água em vinho e até hoje transforma nossas vidas. Em nossas festas, em nossas alegrias, devemos ter um espaço guardado para Jesus, um lugar especial, um lugar em que ele possa ocupar e que seja referência para todos aqueles que das nossas festas participam. E que as nossas festas sejam realmente iluminadas e tenham verdadeiro sentido para comemoração. Que sejam para representar bênçãos recebidas de mais um ano de vida, de concretização de um sonho, de conclusão de estudos, de finalização de etapas vencidas, de vivência de sacramentos, etc.
O sentido que vamos dar a estas comemorações é o mais importante: quem serão os convidados? Como vamos recebê-los? O que serviremos a eles? O que terá sido mais importante, a festa ou o processo que nos fez chegar até ela? Todas estas perguntas são pertinentes, pois a grande maioria promove as festas para descarregar ou descontrair os anseios. O que a leva a acontecer já não tem a menor importância. Importam os presentes recebidos, a quantidade de pessoas presentes, o quanto se gastou.
Portanto, para que as nossas festas sejam realmente sinônimo de alegria, de satisfação e de zelo para com nós mesmos, que encontremos nela o próprio Cristo presente como nosso convidado, porém, presente também naquilo que motivou a comemoração. Que Ele se faça presente na nossa vida como um todo, conhecendo o nosso processo de vida, os nossos planos, as nossas lutas e que Ele seja o instrumento que nos leva a conseguir, almejar e a conquistar aquilo que hoje temos e vivemos, abençoados pela força do Seu amor.
Malena Andrade – Psicóloga Assessora da Pastoral da Sbriedade na Diocese de Blumenau