Em clima de muita alegria e emoção a Comunidade Paroquial Santo Antonio, no Bairro Garcia, região Sul da cidade de Blumenau, acolheu, pela primeira vez, o novo Bispo de Blumenau, Dom José Negri. A esperada visita teve dois momentos distintos. O primeiro consistiu na celebração eucarística, na igreja-matriz, com a participação de toda a comunidade. Sob fortes salvas-de-palmas, foram trazidas solenemente, pelo corredor central, as imagens da santa e dos santos padroeiros das quatro comunidades pertencentes à Paróquia: Santo Antonio, Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São José. Dom Negri cumprimentava calorosamente cada casal que trazia a imagem e, em seguida, com ela, abençoava o povo. Cada comunidade também ofereceu ao novo bispo e bispo novo um presente.
À homilia, o Bispo de Blumenau focalizou uma visita que, certo tempo atrás, realizou num presídio. Entrando numa cela, cumprimentou os presos. E viu que um não veio apertar-lhe a mão. Acabrunhado, num canto daquela fria sala, parecia avesso a qualquer contato pessoal. Dirigindo-se a ele, Dom Negri, perguntou seu nome, o motivo da sua reclusão, o lugar de procedência. O rapaz ia respondendo e confirmou também que era batizado. O bispo dirigiu-lhe, então, palavras de conforto, esperança, paz. Deus ama você; se a sua família lhe abandonou, Deus não lhe abandona, jamais ia dizendo. Mas isto é verdade? perguntou o preso. Mesmo que uma mãe abandone seu filho, Deus nunca abandona a gente lembra-lhe Dom José, citando o Profeta Isaías. Começou a aparecer o sorriso naquele rosto tão triste, desanimado. Todos nós, batizados, somos chamados a acreditar no amor de Deus, a anunciá-lo e convocar todos à adesão ao seu projeto de vida e salvação concluiu Dom Negri, naquele trecho da sua interessante homilia.
Os cantores e instrumentistas, ligados ao Circolo Italiano di Blumenau cantaram América, América, América, tradicional hino que recorda e celebra a imigração italiana. Italiano, de Milão, Dom Negri, embora demonstrando seu amor e seu carinho por todos, passou a impressão de que se sentiu em casa. Dirigiu-se para o meio dos cantores e cumprimentou-os, um a um, e fêz questão de pedir uma foto com todo o grupo.
O segundo momento da 28ª visita de Dom José às paróquias da sua Diocese, ocorreu numa das salas do salão paroquial. Reuniram-se, ali, lideranças da matriz e das capelas. Cada comunidade, pastoral, movimento eclesial, relatava ao bispo suas alegrias e dores. Depois de ouvir todos e todas, o Bispo comunicou ao grupo a sua esperança, seu entusiasmo, suas motivações, alguns de seus projetos evangelizadores. Não faltou aquela atitude de valorizar as coisas boas. Não faltou a recomendação da paciência e da perseverança. Aquele momento de mútuo diálogo e conhecimento terminou com espaço para perguntas espontâneas que podiam se feitas ao novo Bispo.
Não poderia deixar de frisar que, participando de todo o programa da visita, senti-me envolvido pelo clima de alegria e emoção que se criou, tanto na igreja como na sala do encontro. Na sua simplicidade e na sua sabedoria, Dom Negri confirmava a promessa de Jesus:Eis que estarei com vocês todos os dias até o fim do mundo (Mt 28,20). No fundo do meu coração, agradeci ao Pai do céu aquela manhã vivida junto dos irmãos e irmãs, verdadeiro dia de Pentecostes. Ainda, após vários dias de chuva, aquela manhã de Domingo trazia de volta um radiante sol de inverno. Parecia-me intuir que a presença e a mensagem do Bispo proporcionavam a mim e aos que estávamos reunidos a experiência de outro esplendente sol no meio de nós: a luz do Reino de Deus.
Blumenau, 12 de julho de 2009
Por Pe. Raul Kestring