7º PASSO DA SOBRIEDADE: Senhor, reparo financeira e moralmente a todos que na minha dependência eu prejudiquei. Ajuda-me a resgatar a minha dignidade e a confiança dos meus. Restaura-me.
Palavra: Tt 3, 3-7:
3. “Também nós, antigamente, éramos insensatos, desobedientes, extraviados, escravos de todo tipo de paixões e prazeres, vivendo na perversidade e na inveja, dignos de ódio e odiando-nos uns aos outros.
4. Mas a bondade e o amor de Deus, nosso Salvador, se manifestaram. Ele nos salvou,
5. não por causa dos atos justos que tivéssemos praticado, mas porque fomos lavados por sua misericórdia através do poder regenerador e renovador do Espírito Santo.
6. Deus derramou abundantemente o Espírito Santo sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador,
7. para que justificados por Sua graça, nós nos tornássemos herdeiros da esperança da vida eterna.”
Igualmente ao texto Bíblico éramos insensatos, desobedientes, desperdiçadores, e como tal, tornamo-nos escravos das nossas fraquezas e acreditamos que podíamos dar contas das mazelas da vida apenas com a cara e com a coragem. Por bastante tempo vivemos com pensamentos arrogantes e pensamos ser suficientes, até que fomos cavando a nossa própria queda. Caímos em nossos deslizes e começamos a colocar a responsabilidade sobre os outros. Afinal, foi sempre o outro que nos fez sofrer. Ah, se o mundo fosse igual a nós. Quem já não ouviu esse absurdo?
Foi preciso parar de olhar para as ofertas do mundo e rever como estávamos nos comportando, a quem estávamos obedecendo, a quem estávamos devotando os nossos prazeres. E vivendo um dia após outro, estávamos dependentes das nossas manias, dos nossos maus hábitos, dos vícios da arrogância, da preguiça, da perversão, dos vários excessos, como a gula, o consumo desenfreado, os pensamentos julgadores, absorvendo a iniquidade e a morte do espírito, tornando-o paupérrimo, compactuando com o mal, a começar pelo nosso próprio mau trato.
Podemos dizer que levávamos uma vida nublada. Sentimentos pequenos nos rodeavam e o nosso dia-a-dia era vivenciado sem grandes satisfações. Dentro do Programa de Vida Nova fomos percebendo e avaliando alguns comportamentos e experimentando novas situações, e refletindo como essas mudanças repercutiam na gente. A partir de então, gradativamente, algumas coisas se renovaram em nossa vida. Reconhecemos que vivíamos uma opção de morte, de incertezas, sem sobriedade e sem dignidade.
Infelizmente, em alguns casos é preciso se chegar ao fundo do poço para que se possa submergir e enxergar um céu claro, é preciso que as pernas se quebrem para que possamos nos ajoelhar para fazer uma oração, é preciso ver o nosso ente querido se flagelando para rever o que fizemos ou o que não fizemos, e o quanto ainda precisamos fazer. Então, permitimos que Deus nos alcance e se manifeste através do nosso “cair em si”. Os caminhos são apresentados, mas teremos que trilhá-los. Porém, sem a graça do Pai, sem a nossa conversão, como vamos enxerga-los?
Deus nos propicia a regeneração. Este texto nos dá conhecimento dos acontecimentos passados, mas também nos alerta sobre uma conversão radical, intensa, convicta, diária, constante, que requer uma mudança profunda do nosso modo de viver, sentir, pensar e agir. Nisto se constitui o mistério do verdadeiro cristão, que passa da morte para a vida, das sombras para a luz, da ignorância para a consciência. E na certeza de sermos amparados pela fé que carregamos, seremos em Cristo Jesus vencedores de todo mal, de toda a fraqueza. E com uma vida renovada, teremos capacidade de reparar as mágoas, as feridas e os erros que cometemos aos outros e a nós mesmos.
Malena Andrade – Psicóloga assessora da Pastoral da Sobriedade da Diocese de Blumenau