Aquele 11 de Outubro de 1799, tão aguardado, tornou-se um dia abençoado para o casal Ramon e Vicenta Fornes Montalt. Mais um fruto daquele Amor tão bonito e que os levara ao casamento, vinha ao Mundo.
Fervorosos cristãos, Ramon e Vicenta já haviam combinado que aquele filho iria homenagear o grande Apóstolo Paulo, um dos pilares da Igreja que ambos adotavam. E assim se fez. Embora tendo nascido uma menina, a promessa pode ser cumprida, bastando apenas feminilizar o nome: Paula!
A pequena Paula viria a ter uma infância plena de Felicidade, bênção esta que se alteraria abruptamente quando, logo após completar seus dez anos de idade, seu pai viria a falecer.
Embora ainda uma infante, Paula teve que conhecer a importância da responsabilidade familiar, passando a ajudar sua mãe em suas tarefas de costureira, ao mesmo tempo em que cuidava de seus irmãos menores. E isto, apesar de pesado e triste, viria a ter grande importância na santificação de Paula Montalt.
A jovem aos poucos foi pegando gosto pela educação infantil, tanto que, tempos depois se ofereceria à sua Paróquia, para cuidar das crianças deixadas ali por mães ocupadas em seus trabalhos fora de casa.
Nesse trabalho, uma natural vocação professoral foi se desenvolvendo. Assim…
Aos trinta anos de idade, associando-se à amiga Inês Brusqueto – assim como ela, Cristã e oferente de serviço à Igreja de Jesus – Paula abriu o primeiro de seus estabelecimentos de ensino, na Cidade de Gerona-Espanha.
A escola fundada pelas amigas, tinha uma característica que a diferenciava de todas as demais, para melhor: ao lado da séria educação ali proporcionada, boa parte do tempo de estada de seus alunos era dedicada à formação espiritual, logicamente sob orientação cristã.
Não haveria outro resultado que não o do estrondoso sucesso. Tão grande fora esse sucesso, que ambas tiveram que criar novas unidades, já então a nível universitário. Nasciam, assim, duas faculdades de orientação cristã, uma em 1842 e outra em 1846.
Como o gerenciamento de todo esse complexo escolar foi se tornando difícil, era hora de se partilhar essa administração, para o que Paula resolveu criar a Ordem das Filhas de Maria que, obediente a normas ditadas pela religião Católica, garantiria o aperfeiçoamento espiritual de seus alunos.
Assim que formada essa Congregação Mariana, Paula também nela ingressou, tomando hábito e se sujeitando às mesmas rígidas regras que estabelecera para todas as irmãs ali consagradas. Essa Ordem viria a ser admitida pela Santa Sé, em 1860, sob o papado de Pio IX, fazendo-se presente, hoje, em todos os Continentes.
Santa Paula, que por seu ingresso na Ordem alterara seu nome para Paula de São José Calazans, faleceu naturalmente, em Olesa de Montserrat, uma das subdivisões de Barcelona, na Espanha, em 26 de Fevereiro de 1889, aos noventa anos.