Ontem, 2ª feira, a partir das 19h30, desenvolveu-se a primeira noite de estudo sobre o Concilio Vaticano II, 50 anos depois, tendo por local o Salão Porta Aberto, anexo à Catedral São Paulo Apóstolo, em Blumenau. Apesar da chuva, quase torrencial, e do trânsito caótico, naquele fim de tarde, em nossa cidade, houve expressiva participação de lideranças pastorais e membros da Comunidade Arca da aliança, promotora do evento.
Pe. Anderson Ferrari, coordenador diocesano de Pastoral da Diocese de Blumenau, utilizando-se do datashow e citando bastante o teólogo jesuíta João Batista Libânio, apresentou considerações sobre o contexto social-poilítico-religioso do Concilio Vaticano II. Destacoiu a solidariedade silenciosa da Igreja com os judeus perseguidos durante o período das duas grandes guerras munidais. E com a crise de valores que essas tragédias trouxeram, acentuou-se a necessidade da união entre as Igrejas e religiões pela vida e a paz, que veio a se evidenciar no Concilio Vaticano II, com o incentivo do movimento ecumênico e o diálogo interreligioso. Situou o Concilio Vaticano I, em meados do século XIX, com sua preocupação de coesão interna da Igreja e, por consequência, apologética, condenatória, em relação ao surgimento da modernidade.
A valorização dos leigos, preconizada por movimentos de renovação, como a Ação Católica, com sua atuação também no Brasil, frisou Pe. Ferrari, foi assumida corajosamente pelo Vaticano II. A Igreja, assim, contrapunha-se também ao clericalismo centralizador do período pré-conciliar. Valorizar, despertar, o laicato para o exercício da sua vocação batismal, ainda nos nossos dias, 50 anos depois do grande Concilio, desafia pastorais, movimentos, evangelizadores de um modo geral, apontou o conferencista.
O coordenador diocesano da Pastoral ressaltou ainda as estruturas de comunhão que iam surgindo também com o avançar das novas tendências para fortalecer e renovar a Igreja. As conferências episcopais dos diversos países, regiões, foram se organizando e assumindo colegialmente o governo do povo de Deus nas Dioceses. De fato, a eclesiologia de comunhão perpassa todos os documentos do Concilio do século XX.
Na noite de hoje, 3ª feira, também a partir das 19h30, a exposição estará a cargo de Dom José Negri, que abordará os seguintes documentos do Vaticano II: Lumen Gentium (Luz dos povos), sobre a Igreja na sua dimensão interna; Gaudium et Spes (As alegrias e Esperanças), sobre a Igreja no seu relacionamento com o mundo; e Sacrossantum Concilium (O Sacrossanto Concilio), sobre a renovação da Liturgia. E na 4ª feira, Pe. Carlos Ronaldo Evangelista da Silva concluirá o importante Seminário de estudos com exposição sobre a Constituição Dogmática Dei Verbum (A Papavra de Deus).
Texto e foto: Pe. Raul Kestring