Mensagens do Papa e do secretário-geral da ONU para o encontro europeu de Berlim: uma forma de reforçar a solidariedade e a confiança no futuro
O Encontro Europeu de Jovens de Taizé, que começa esta quarta-feira em Berlim, leva até à Alemanha cerca de 30 mil jovens.
Depois de Bruxelas, Poznan e Roterdão, o encontro europeu realiza-se pela primeira vez na capital da Alemanha, no seguimento de um convite feito pelas Igrejas Católica e Protestante e pela Câmara Municipal de Berlim.
À imagem do que aconteceu em Lisboa, no ano de 2004, a iniciativa baseia-se nos elementos que compõem o dia a dia de Taizé, com orações, conferências sobre temas espirituais e questões atuais da sociedade, além de encontros por países, uma vigília pela paz à hora da passagem para 2012 e a “festa dos povos”, às primeiras horas do novo ano.
Aos jovens vão ser propostos vários temas espirituais, sociais, políticos, económicos e artísticos: no Bundestag, por exemplo, os jovens vão refletir com membros do Parlamento Federal Alemão sobre o tema ‘Por um mundo mais justo: a política e a nossa responsabilidade como cidadãos’.
O Papa e o secretário-geral da ONU foram duas das personalidades internacionais que enviaram mensagens para este encontro europeu de jovens promovido pela Comunidade ecuménica de Taizé, destacando a importância da “solidariedade” e da “confiança”.
“O Papa Bento XVI une-se a vós na oração e encoraja-vos a abrir caminhos de confiança em todo o mundo”, indica a mensagem pontifícia divulgada pelo site da comunidade, com sede em França.
Bento XVI assinala, na sua mensagem, que “a confiança não é uma infantilidade cega”, mas torna as pessoas “mais perspicazes e mais disponíveis para responder aos numerosos desafios e dificuldades que os homens e as mulheres de hoje têm de enfrentar”.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, refere, na sua mensagem, ter ficado “especialmente feliz por notar que [os jovens] estão empenhados em encontrar novas formas de solidariedade”.
“O nosso mundo enfrenta um conjunto de realidades cada vez mais complexo, desde o aumento dos desempregados até à desigualdade crescente e aos perigos das alterações climáticas. Muitas pessoas estão desiludidas com a ordem estabelecida; há falta de confiança nas instituições”, admite.
Neste sentido, Ban Ki-moon apela a uma “agenda comum que possa contribuir para assegurar que as futuras gerações crescem num mundo de paz sustentável, prosperidade, liberdade e justiça”.
O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, destaca “a solidariedade à volta da pessoa de Jesus Cristo”, frisando que “o individualismo e os seus avatares populistas e nacionalistas extremistas apenas formam um homem ‘unidimensional’, reduzindo-o no espaço e no tempo”.
Angela Merkel, chanceler da República Federal da Alemanha, escreve, por sua vez, que “Taizé suscita a comunhão”.
“Em Berlim, há muitos vestígios que recordam o período da divisão do nosso continente. Mostram-nos à evidência que a liberdade e a democracia não são uma coisa adquirida mas devem ser sempre de novo vivificadas e vividas”, assinala
(28/12/2011)