Dia 26 de fevereiro de 2016 – Sexta-feira da 2ª semana da Quaresma
Ano Santo Extraordinário da Misericórdia – Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso (Lc 6,36)!
Evangelho segundo S. Mateus 21,33-43.45-46:
Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Ouvi outra parábola: Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe.
Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros para receber os frutos.
Os vinhateiros, porém, lançando mão dos servos, espancaram um, mataram outro e a outro apedrejaram-no.
Tornou ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros, e eles trataram-nos do mesmo modo.
Por fim mandou-lhes o seu próprio filho, pensando: ‘Irão respeitar o meu filho’.
Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro; vamos matá-lo e ficaremos com a sua herança’.
Agarraram-no, levaram-no para fora da vinha e mataram-no.
Quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?»
Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo responderam-Lhe: «Mandará matar sem piedade esses malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entreguem os frutos a seu tempo».
Disse-lhes Jesus: «Nunca lestes na Escritura: ‘A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos’?
Por isso vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos».
Ao ouvirem as parábolas de Jesus, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus compreenderam que falava deles
e queriam prendê-l’O; mas tiveram medo do povo, que O considerava profeta.
Comentário do dia
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de São Lucas 9, 29-30 (trad. Véricel, L’Evangile commenté, p. 290 rev. ; cf SC 52, p. 150)
A parábola da vinha
A vinha é o nosso símbolo, porque o povo de Deus eleva-se acima da terra enraizado na cepa da vinha eterna (Jo 15, 5). Fruto de um solo ingrato, a vinha pode desenvolver-se e florescer, ou revestir-se de verdura, ou assemelhar-se ao jugo amável da cruz, quando cresce e os seus braços estendidos são os sarmentos de uma videira fecunda. […] É, pois, com razão que chamamos vinha ao povo de Cristo, quer porque ele traça na testa o sinal da cruz (Ez 9,4), quer porque os frutos da vinha são recolhidos na última estação do ano, quer porque, tal como acontece aos ramos da videira, pobres e ricos, humildes e poderosos, servos e senhores, todos são, na Igreja, de uma igualdade completa. […]
Quando é ligada, a vinha endireita-se; se é podada, não é para a diminuir, mas para fazê-la crescer. E o mesmo se passa com o povo santo: quando é preso, liberta-se; quando é humilhado, eleva-se; quando é cortado, é uma coroa que lhe é dada. Melhor ainda: tal como o rebento que é retirado de uma árvore velha e enxertado noutra raiz, assim também este povo santo […] se desenvolve quando é alimentado na árvore da cruz […]. E o Espírito Santo, como que expandindo-Se nos sulcos de um terreno, derrama-Se sobre o nosso corpo, lavando tudo o que é imundo e limpando-nos os membros, para os dirigir para o céu.
O Vinhateiro tem por costume mondar esta vinha, ligá-la e apará-la (Jo 15,2). […] Ora inunda de sol os segredos do nosso corpo, ora os rega com a chuva. Ele gosta de mondar o terreno, para que os espinheiros não perturbem os rebentos; e vela para que as folhas não façam demasiada sombra […], privando de luz as virtudes e impedindo os frutos de amadurecer.
Com o Papa e toda a Igreja, rezemos neste mês nas seguintes intenções:
Universal: Respeito pela criação
Para que cuidemos da criação, recebida como dom gratuito, a cultivar e proteger para as gerações futuras.
Pela Evangelização: Cristianismo na Ásia
Para que cresçam as oportunidade de diálogo e de encontro entre a fé cristã e os povos da Ásia.