«Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas»- Papa Bento XVI

Tags

Leituras Bíblicas

“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!

Dia 20 de agosto de 2010

Sexta-feira da 20ª semana do Tempo Comum

Hoje a Igreja celebra: São Bernardo de Claraval (1090-1153) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=20&Mes=8

Livro de Ezequiel 37,1-14:
 
A mão do Senhor desceu sobre mim; então, conduziu-me em espírito e colocou-me no meio de um vale que estava cheio de ossos.
Fez-me passar junto deles, à sua volta, e eis que eles eram muitos sobre o solo do vale; e estavam completamente ressequidos.
O Senhor disse-me: "Filho de homem, estes ossos poderão voltar à vida?" Eu respondi: "Senhor Deus, só Tu o sabes."
Ele disse-me: "Profetiza sobre estes ossos e diz-lhes: Ossos ressequidos, ouvi a palavra do Senhor.
Assim fala o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou introduzir em vós o sopro da vida para que revivais.
Dar-vos-ei nervos, farei crescer a carne que revestirei de pele e depois dar-vos-ei o sopro da vida, para que revivais. Sabereis assim, que Eu sou o Senhor."
Profetizei, segundo a ordem recebida. E aconteceu que, enquanto eu profetizava, ouviu-se um ruído, depois um tumulto ensurdecedor; entretanto, os ossos iam-se juntando uns aos outros.
Olhei e eis que se formavam nervos, a carne crescia, e a pele cobria-os por cima; mas neles não havia espírito.
Então, Ele disse-me: "Profetiza! Profetiza, filho de homem, e diz ao espírito: Assim fala o Senhor Deus: ‘Espírito, vem dos quatro ventos, sopra sobre estes mortos, para que eles recuperem a vida’."
Profetizei como me era ordenado e, imediatamente, o espírito penetrou neles. Retomando a vida, endireitaram-se sobre os pés; era um exército muito numeroso.
Ele disse-me: "Filho de homem, esses ossos são toda a casa de Israel. Eles dizem: ‘Os nossos ossos estão completamente ressequidos, a nossa esperança desvaneceu-se; ficamos reduzidos a isto.’
Profetiza, por conseguinte, e diz-lhes: Assim fala o Senhor DEUS: Eis que abrirei as vossas sepulturas e vos farei sair delas, meu povo, e vos reconduzirei à terra de Israel.
Então, reconhecereis que Eu sou o Senhor Deus, quando abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas, ó meu povo.
Introduzirei em vós o meu espírito e vivereis; estabelecer-vos-ei na vossa terra. Então, reconhecereis que Eu, o Senhor, falei e agi" – oráculo do Senhor.

Livro de Salmos 107(106),2-3.4-5.6-7.8-9:

Digam-no aqueles que o Senhor resgatou, os que Ele libertou do poder do inimigo
fez regressar de todas as terras, do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul.
Andaram errantes pelo deserto e pela solidão, sem encontrar caminho para uma cidade onde habitar.
Tinham fome e sede e já se sentiam desfalecer.
Mas, na sua angústia, clamaram ao Senhor e Ele livrou-os das suas aflições.
Conduziu-os depois por um caminho seguro, que levava a uma cidade onde podiam habitar.
Dêem graças ao Senhor, pelo seu amor e pelas suas maravilhas em favor dos homens.
Pois Ele deu de beber aos que tinham sede, e matou a fome aos famintos.

Evangelho segundo S. Mateus 22,34-40:

Constando-lhes que Jesus reduzira os saduceus ao silêncio, os fariseus reuniram-se em grupo.
E um deles, que era legista, perguntou-lhe para o embaraçar:
«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?»
Jesus disse lhe: Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente.
Este é o maior e o primeiro mandamento.
O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Papa Bento XVI
Encíclica «Deus caritas est», § 18 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)

«Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas»

A necessária interação entre o amor a Deus e o amor ao próximo […]. Se na minha vida falta totalmente o contato com Deus, posso ver no outro sempre e apenas o outro, e não consigo reconhecer nele a imagem divina. Mas, se na minha vida negligencio completamente a atenção ao outro, importando-me apenas ser «piedoso» e cumprir os meus «deveres religiosos», então definha também a relação com Deus. Neste caso, trata-se duma relação «correta», mas sem amor. Só a minha disponibilidade para ir ao encontro do próximo e demonstrar-lhe amor me torna sensível também diante de Deus. Só o serviço ao próximo abre os meus olhos para aquilo que Deus faz por mim e para o modo como Ele me ama.

Os Santos — pensemos, por exemplo, na Beata Teresa de Calcutá — hauriram a sua capacidade de amar o próximo, de modo sempre renovado, do seu encontro com o Senhor eucarístico, e vice-versa, este encontro ganhou o seu realismo e profundidade precisamente no serviço deles aos outros.

Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis, constituem um único mandamento. Mas, ambos vivem do amor preveniente com que Deus nos amou primeiro. Deste modo, já não se trata de um «mandamento» que do exterior nos impõe o impossível, mas de uma experiência do amor proporcionada do interior, um amor que, por sua natureza, deve ser ulteriormente comunicado aos outros. O amor cresce através do amor. O amor é «divino», porque vem de Deus e nos une a Deus, e, através deste processo unificador, nos transforma em um Nós, que supera as nossas divisões e nos faz ser um só, até que, no fim, Deus seja «tudo em todos» (1Cor 15,28).

 

 

 

 

Leia também...