25º Domingo do Tempo Comum: OS OPERÁRIOS DA ÚLTIMA HORA: “O céu não se paga, se ganha” – Reflexão bíblica do Pe. Osmar Debatin

LEITURAS
1ª leitura: Is 55,6-9 = Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos
Salmo Responsorial: Sl 144 = O Senhor está perto da pessoa que o invoca
2ª leitura: Fl 1,20c-24.27a = Para mim, o viver é Cristo!
Evangelho: Mt 20,1-16a = Estás com inveja porque eu estou sendo bom?

1 – Os chapas e os vinhateiros
Quando viajamos, vemos alguns personagens bastante comuns à beira das rodovias. Um deles é o chapa de caminhão. Figura muito encontrada nas paradas de caminhoneiros, nos postos de combustível e nas entradas das cidades, segurando suas pequenas placas com anúncios de serviços. Estas placas de serviço é que deram a eles o nome de chapas.

O que eles fazem? Ficam na entrada da cidade ou nos locais de parada dos caminhoneiros para serem contratados. Chega um caminhoneiro de madrugada e pergunta: você quer me ajudar a descarregar o caminhão? Vou te pagar R$ 200,00. Chega outro ao meio-dia, encontra um chapa e faz a mesma pergunta com a mesma oferta. Depois chega outro, as três da tarde e repete a proposta. Todos pagam o mesmo preço, independente da hora que foram contratados. É justo isso? Sim! A mesma coisa acontece na parábola de Jesus, com a diferença que alguns vinhateiros trabalharam o dia inteiro. Por isso, a reclamação.

2 – Deus pensa diferente
Na nossa lógica, quem trabalhou o dia inteiro deveria ganhar mais. Mas, o vinhateiro, que é Deus, paga o mesmo tanto; paga aquilo que foi combinado. Por isso, seu pagamento é justo. De repente, você chega no céu e encontra aquele sujeito ou aquela sujeita que levou a vida de boa, sem muito esforço e você, que fez tudo direitinho, recebe o mesmo que ele. Será que Deus está sendo injusto comigo, ou, eu que sou invejoso porque Deus está sendo bom para com aquela outra pessoa?

A profecia de Isaias dizia que o modo de Deus pensar é diferente do nosso modo. Uma indicação clara que somos chamados a fazer a nossa parte sem abrir espaço para comparações que podem provocar raivas, invejas, ciúmes… sentimentos e emoções que machucam nossas vidas e nos impedem de entender que Deus é amor, é piedade, é compaixão, como cantávamos no salmo responsorial, e, por isso, ele quer o nosso bem e também o bem daquele que não se empenha tanto quanto eu.

O evangelho de hoje é “escandaloso”. É difícil para o cristão tradicional assimilar esse espírito. Deve converter-se da preocupação de fazer tudo direitinho para ganhar o céu! Pois deve saber que sempre ficará devendo e terá de contar com a gratuita bondade de Deus tanto quanto os pecadores, que, muitas vezes, compreendem melhor a necessidade da graça.

O dom de Deus não pode ser merecido; é graça. Claro, quem trabalha na vinha do Senhor, se esforça. Mas esse esforço não é para “merecer”, mas por gratidão e alegria, por termos sido convidados, ainda que tarde – pois, em relação ao antigo Israel, nós “pagãos” somos os da undécima hora… Nosso empenho não é trabalho forçado, mas participação. Não somos movidos pelo moralismo, mas pela graça. “O céu não se paga, se ganha”.

3 – Buscar o Senhor
Duas propostas de vida cristã aparecem na Palavra que ouvimos. A primeira é o convite de Isaías, no início da 1ª leitura: “buscai o Senhor, enquanto ele pode ser achado.” O Senhor está convidando a mim, a você, a cada um de nós para trabalhar na sua vinha sem se importar com aqueles que não fazem nada ou fazem pouco e são abençoados. Eu tenho um compromisso de aceitar o convite divino sem me importar com quem não faz nada.

A segunda proposta está no final da 2ª leitura, no convite de Paulo para se viver a altura do Evangelho. Viver com inveja, com comparações, como diz a parábola de Jesus, não é próprio do Evangelho. É próprio do Evangelho eu fazer a minha parte na vinha do Senhor e não ficar murmurando e reclamando porque gostaria de receber mais que recebo. Viver à altura do Evangelho, dizia a 2ª leitura, é viver fazendo um trabalho frutuoso com minha vida sem julgar invejosamente a bondade divina.

Pe. Osmar Debatin 

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