Dia 28 de novembro de 2015 – Sábado da 34a semana do Tempo Comum
Ano Santo Extraordinário da Misericórdia – Abertura: Dia 8 de dezembro, em Roma
Evangelho segundo S. Lucas 21,34-36:
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados com a intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha;
porque ele atingirá todos os que habitam sobre a face da terra.
Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo isto que está para acontecer e comparecer sem temor diante do Filho do homem».
Comentário do dia
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermão «Watching», PPS vol. 4, n.° 22
«Vigiai e orai em todo o tempo»
«Vigiai!», diz-nos Jesus com insistência. […] Não devemos apenas crer, mas vigiar; não simplesmente amar, mas vigiar; não apenas obedecer, mas vigiar. Vigiar em função de quê? Deste supremo acontecimento: a vinda de Cristo. […] Parece haver aqui um chamamento especial, um dever que de outro modo nunca nos ocorreria.
Temos uma ideia geral do que significa crer, amar e obedecer. Mas que significa vigiar? […] Vigia à espera de Cristo aquele que mantém o espírito sensível e aberto, que permanece animado, desperto, cheio de zelo para O procurar e O honrar, que deseja encontrar a Cristo em tudo o que acontece […] e que vigia com Cristo (Mt 26,38); aquele que, embora olhando para o futuro, também olha para o passado, contemplando o que o seu Salvador lhe conquistou e não esquecendo o que Cristo sofreu por ele. Vigia com Cristo aquele que recorda e renova na sua própria pessoa a cruz e a agonia de Cristo, e que veste com alegria a túnica que Cristo usou até à cruz e que deixou após a sua Ascensão.
Muitas vezes, nas epístolas, o autor inspirado exprime o seu desejo da segunda vinda, mas sem esquecer a primeira: a crucifixão e a ressurreição. […] Assim, São Paulo convida os coríntios a esperar a vinda do Senhor Jesus Cristo (1Cor 1,7-8), mas não deixa de lhes dizer que tragam sempre no seu corpo a morte do Senhor, «para que a vida de Cristo Jesus se manifeste em nós» (2Cor 4,10). […] O pensamento do que Cristo é hoje não deve apagar a lembrança do que Ele foi para nós. […] Assim, na sagrada comunhão assistimos ao mesmo tempo à morte e à ressurreição de Cristo; lembrando-nos de uma e rejubilando com a outra, oferecemo-nos a nós próprios e recebemos uma bênção.
Vigiar é então viver desligado do presente, é viver no invisível, é viver no pensamento de Cristo tal como Ele veio a primeira vez e como virá no final dos tempos; é desejar a sua segunda vinda a partir da nossa lembrança, que ama e se sente reconhecida pela primeira.
Para este mês de novembro, eis as intenções do Papa:
Universal: Diálogo com todos Para que nos abramos ao encontro pessoal e ao diálogo com todos, também com aqueles que pensam de modo diferente do nosso.
Pela Evangelização: Pastores da Igreja Para que os pastores da Igreja, com profundo amor ao seu rebanho, acompanhem o seu caminho e animem a sua esperança.