Leituras bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Ttu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 13 de dezembro de 2010
Segunda-feira da 3a semana do Advento
A Igreja celebra hoje: Santa Luzia ou Lúcia (Século IV) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=13&Mes=12
Livro de Números 24,2-7.15-17:
Balaão levantou os olhos e viu Israel acampado por tribos. Desceu sobre ele o Espírito de Deus
e ele proferiu o seu oráculo, dizendo: «Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem de olhar penetrante;
oráculo do que escuta as palavras de Deus, que tem a visão do Onipotente, que se prostra, mas de olhos abertos.
Como são belas as tuas tendas, ó Jacó, as tuas moradas, ó Israel!
Estendem-se como os vales, como jardins junto de um rio! O Senhor plantou-as como árvores de aloés, como cedros junto das águas!
A água escorre de seus reservatórios e suas sementeiras têm água abundante. O seu rei é mais forte que Agag, e exalta o seu reino!
E Balaão pronunciou o seu oráculo, dizendo: «Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem de olhar penetrante.
Oráculo daquele que escuta as palavras de Deus, e conhece a sabedoria do Altíssimo, que tem a visão do Onipotente, que se prostra, mas de olhos abertos.
Eu vejo, mas não para já; contemplo-o, mas ainda não próximo: uma estrela surge de Jacó e um cetro se ergue de Israel. Derrubará as frontes de Moab e o crânio de todos os filhos de Set.
Livro de Salmos 25(24),4-5.6-7.8-9:
Mostra me, Senhor, os teus caminhos e ensina-me as tuas veredas.
Dirige-me na tua verdade e ensina-me, porque Tu és o Deus meu salvador. Em ti confio sempre.
Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e do teu amor, pois eles existem desde sempre.
Não recordes os meus pecados de juventude e os meus delitos. Lembra-te de mim, Senhor, pelo teu amor e pela tua bondade.
O Senhor é bom e justo; por isso ensina o caminho aos pecadores,
guia os humildes na justiça e dá-lhes a conhecer o seu caminho.
Evangelho segundo S. Mateus 21,23-27:
Em seguida, entrou no templo. Quando estava a ensinar, foram ter com Ele os sumos sacerdotes e os anciãos do povo e disseram-lhe: «Com que autoridade fazes isto? E quem te deu tal poder?»
Jesus respondeu-lhes: «Também Eu vou fazer vos uma pergunta. Se me responderdes, digo-vos com que autoridade faço isto.
De onde provinha o batismo de João: do Céu ou dos homens?» Mas eles começaram a pensar entre si: «Se respondermos: ‘Do Céu’, vai dizer-nos: ‘Porque não lhe destes crédito?’
E, se respondermos: ‘Dos homens’, ficamos com receio da multidão, pois todos têm João por um profeta.»
E responderam a Jesus: «Não sabemos.» Disse-lhes Ele, por seu turno: «Também Eu vos não digo com que autoridade faço isto.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (norte de África) e Doutor da Igreja
Sermão 288 (a partir da trad. de Thèmes et figures, DDB 1984, coll. Pères dans la foi 28-29, p. 303)
«Veio Jesus ter com João para ser batizado por ele […]. João opunha-se, dizendo: ‘Eu é que tenho necessidade de ser batizado por Ti!’» (Mt 3,13-14)
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram» (Mt 13,17). Estas santas personagens, com efeito, cheios do Espírito de Deus para anunciar a vinda de Cristo, desejavam com ardor gozar da Sua presença sobre a terra, se assim fosse possível. Foi por essa razão que Deus adiou a partida de Simeão deste mundo; queria que ele pudesse contemplar, na pessoa de uma criança recém-nascida, Aquele por Quem o mundo foi criado (Lc 2,25 ss.). […] Simeão viu-O com feições de menino; João, ao contrário, viu-O quando Ele já ensinava e escolhia os Seus discípulos. Onde? Nas margens do rio Jordão. […]
É aí, neste batismo de preparação que Lhe abria caminho, que encontramos um símbolo e uma aproximação do batismo de Jesus Cristo: «preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas» (Mt 3,3). O próprio Senhor quis ser batizado pelo Seu servo para fazer compreender a graça que recebem aqueles que recebem o batismo em nome do Senhor. Foi aí que começou o Seu reino, como que a cumprir a profecia: «dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra» (Sl 72 (71),8). Nas margens do rio onde o domínio de Cristo começa viu João o Salvador: viu-O, reconheceu-O e prestou-Lhe testemunho. João humilhou-se perante a grandeza divina a fim de merecer que a sua humildade fosse ressalvada pela mesma grandeza. Declara-se o amigo do esposo (Jo 3,29). Que amigo? Aquele que caminha em pé de igualdade? Longe disso! Qual é a distância que ele guarda? Diz ele: «não sou digno de me inclinar para Lhe desatar as correias das sandálias» (Mc 1,7).