Uma pequena JMJ, na cidade mártir de Aleppo na Síria
04/08/2013 | Agência Fides
No dia em que o Papa Francisco celebrava no Rio de Janeiro a missa conclusiva da JMJ, os jovens cristãos da cidade-mártir de Aleppo se reuniram para viver um dia de oração e convivência, em comunhão de espírito com três milhões de coetâneaos reunidos na praia de Copacabana. Queriam custodiar juntos a esperança, apesar do sofrimento e da fadiga que marcam sua condição cotidiana.
Domingo, 28 de julho, 850 jovens cristãos pertencentes a todas as comunidades cristãs da metrópole síria se encontraram no Centro da juventude George e Matilde Salem, animado pelos padres salesianos no bairro de al-Sabeel, onde vivenciaram um dia de reflexão, oração, debates e lazer. Quatro bispos católicos participaram do dia, celebrando missas e dividindo vários momentos de reflexão e oração. A convivência se encerrou com a consagração dos jovens da Síria ao Imaculado Coração de Maria.
O Bispo armênio-católico Boutros Marayati descreve com emoção à Agência Fides a experiência compartilhada com os jovens de Aleppo: "Estou maravilhado ao ver tantos jovens sem medo, em uma cidade desfigurada pela guerra. Todos testemunhavam uma paz interior que certamente é um dom do Senhor. Em muitos, a longa crise e o sofrimento vivenciado de perto, por tanto tempo, suscitaram um olhar lúcido e profundo para as coisas que podem salvar e redimir a vida, em qualquer condição.
Reforçou-se a percepção do carinho de Jesus por cada um, e muitos começam a pensar em consagrar-se ao Senhor na oração e no serviço aos irmãos. Fizemos tesouro das Palavras que o Papa Francisco disse, já nos primeiros dias da JMJ, com seu chamado a não deixarem que lhes roubem a esperança. Estas palavras iluminaram toda a nossa jornada".
A descrição do Bispo armênio católico se detém no milagre da paz interior que ele observa nos jovens cristãos de Aleppo: "Tentaram contatar, por Skype, os jovens presentes no Rio", conta à Fides Dom Marayati, "mas a conexão Internet não funcionava. O clima era tranquilo, os jovens não pareciam angustiados por sentir-se assediados ou por temer o futuro por serem cristãos. Não obstante o alto número de jovens presentes no encontro, não houve medidas de proteção e nenhuma forma de autodefesa organizada. Graças a Deus, tudo correu bem".