Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 18 de abril de 2010
3º Domingo da Páscoa – Ano C
A Igreja celebra hoje: São Galdino (1096-1176) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=18&Mes=4
Livro dos Atos dos Apóstolos 5,27-32.40-41:
Trouxeram-nos, pois, e levaram-nos à presença do Sinédrio. O Sumo Sacerdote, interrogando-os, disse: «Proibimo-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós enchestes Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem.»
Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais obedecer a Deus do que aos homens.
O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o num madeiro.
Foi a Ele que Deus elevou, com a sua direita, como Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo, que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.»
Trouxeram novamente os Apóstolos e, depois de os mandarem açoitar, proibiram-lhes de falar no nome de Jesus e libertaram-nos.
Quanto a eles, saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria, por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus.
Livro de Salmos 30,2.4.5-6.11-12.13:
SENHOR, eu te enalteço, porque me salvaste e não permitiste que os inimigos se rissem de mim.
SENHOR, livraste a minha alma da mansão dos mortos, poupaste-me a vida, para eu não descer ao túmulo.
Cantai salmos ao SENHOR, vós que o amais, e dai-lhe graças, lembrando a sua santidade.
A sua indignação dura apenas um instante, mas a sua benevolência é para toda a vida. Ao cair da noite, vem o pranto; e, ao amanhecer, volta a alegria.
Ouve-me, SENHOR, tem compaixão de mim; SENHOR, vem em meu auxílio.
Tu converteste o meu pranto em festa, tiraste-me o luto e vestiste-me de júbilo.
Por isso o meu coração te cantará sem cessar. SENHOR, meu Deus, eu te louvarei para sempre.
Livro do Apocalipse 5,11-14:
Na visão, ouvi a voz de uma multidão angélica, à volta do trono, dos seres viventes e dos anciãos; o seu número era de miríades de miríades, milhares de milhares e
cantavam com voz forte: «O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder e a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor.»
Ouvi também todas as criaturas do céu, da terra e de debaixo da terra, do mar e de tudo quanto neles existe, que proclamavam: «Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro, sejam dados o louvor, a honra, a glória e a fortaleza pelos séculos dos séculos.»
E os quatro seres viventes diziam: «Amém!» E os anciãos prostraram-se em adoração.
Evangelho segundo S. João 21,1-19:
Algum tempo depois, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.
Jesus disse-lhes, então: «Moços, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.»
Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água.
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.»
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.
Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, eu te amo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.»
Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, eu te amo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.»
E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez: ‘Tu amas-me?’ Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu te amo." Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há de atar o cinto e levar para onde não queres.»
E disse isto para indicar o gênero de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Homilia em Paris 30/05/80 (© Libreria Editrice Vaticana)
«Tu amas-Me?»
«Tu amas? […] Tu amas-Me? […]» Pedro havia de caminhar para sempre, até ao fim da sua vida, acompanhado por esta tripla pergunta: «Tu amas-Me?» E mediu todas as suas atividades de acordo com a resposta que então deu. Quando foi convocado perante o Sinédrio. Quando foi metido na prisão em Jerusalém, prisão donde não devia sair, e da qual contudo saiu. E […] em Antioquia, e depois ainda mais longe, de Antioquia para Roma. E quando, em Roma, perseverou até ao fim dos seus dias, conheceu a força das palavras segundo as quais um Outro o conduziu para onde ele não queria. E sabia também que, graças à força dessas palavras, a Igreja «era assídua ao ensino dos apóstolos e à união fraterna, à fracção do pão e à oração» e que «o Senhor adicionava diariamente à comunidade os que seriam salvos» (Act 2,42.48). […]
Pedro não pode nunca desligar-se desta pergunta: «Tu amas-Me?» Leva-a consigo para onde quer que vá. Leva-a através dos séculos, através das gerações. Para o meio de novos povos e de novas nações. Para o meio de línguas e de raças sempre novas. Leva-a sozinho, e contudo já não está só. Outros a levam com ele. […] Houve e há muitos homens e mulheres que souberam e que sabem ainda hoje que as suas vidas têm valor e sentido exclusivamente na medida em que são uma resposta a esta mesma pergunta: «Tu amas? Tu amas-Me?» Eles deram e dão a sua resposta de maneira total e perfeita – uma resposta heróica –, ou então de maneira comum, banal. Mas, em qualquer dos casos, sabem que a sua vida, que a vida humana em geral, tem valor e sentido graças a esta pergunta: «Tu amas?» É somente graças a esta pergunta que vale a pena viver.