Dia 27 de fevereiro de 2016 – Sábado da 2ª semana da Quaresma
Ano Santo Extraordinário da Misericórdia – Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso (Lc 6,36)!
Evangelho segundo S. Lucas 15,1-3.11-32:
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem.
Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:
«Certo homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos.
Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta.
Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações.
Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome!
Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’.
Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’.
Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a túnica mais bela e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos,
porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa.
Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque chegou são e salvo’.
Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele.
Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos.
E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’.
Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque o teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».
Comentário do dia
São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos
Hino 28, O Filho Pródigo
«Tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque o teu irmão […] voltou à vida»
O filho mais velho, furioso, disse ao pai: «Há tantos anos que te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e […] quando regressa esse pródigo, dás-lhe mais importância do que a mim.»
Ao ouvir o filho falar assim, o pai respondeu-lhe com doçura: «Escuta o teu pai: tu estás comigo, porque nunca te afastaste de mim; não te separaste da Igreja; estás sempre presente a meu lado, com todos os meus anjos. Mas este regressou coberto de vergonha, nu e sem beleza, gritando: “Tem piedade! Pequei, Pai, e é como culpado que venho suplicar-te: aceita-me como um trabalhador da terra e dá-me alimento, porque Tu amas os homens, Tu que és o Senhor de todos os tempos” (Sab 1,6; 1Tm 1,17).»
«O teu irmão gritou: “Salva-me, Pai santo!” […] Como podia Eu deixar de ter piedade, deixar de salvar este meu filho, que gemia e soluçava? […] Julga-Me, tu que me criticas. […] A minha alegria eterna consiste em amar os homens. […] Ele é uma criatura minha: como posso deixar de ter piedade dele? Como posso deixar de ter compaixão do seu arrependimento? As minhas entranhas geraram este filho de quem tenho piedade, Eu, que sou o Senhor de todos os tempos.»
«Tudo o que eu tenho é teu, meu filho. […] A tua fortuna não fica diminuída, porque não é dela que tiro para dar presentes a teu irmão. […] Eu sou o único Criador de vós dois, o Pai único, bom, amoroso e misericordioso. Cubro-te de honras, meu filho, porque sempre Me amaste e serviste; dele, tenho compaixão, porque se mostra arrependido. Devias, pois, partilhar a alegria de todos os que convidei, Eu, que sou o Senhor de todos os tempos.»
«Assim pois, meu filho, alegra-te com os convidados ao banquete e mistura os teus cantos aos dos anjos, porque o teu irmão estava perdido e foi encontrado, estava morto e, contra todas as expectativas, ressuscitou.»
A estas palavras, o filho mais velho deixou-se convencer e cantou: «Gritai de alegria! “Felizes aqueles a quem foi perdoado todo o pecado e apagadas as faltas” (Sl 131,1). Eu Te louvo, ó Amigo dos homens, a Ti, que salvaste o meu irmão, a Ti, que és o Senhor de todos os tempos!»
Neste mês de fevereiro, rezemos nas seguintes intenções do Papa:
Universal: Respeito pela criação
Para que cuidemos da criação, recebida como dom gratuito, a cultivar e proteger para as gerações futuras.
Pela Evangelização: Cristianismo na Ásia
Para que cresçam as oportunidade de diálogo e de encontro entre a fé cristã e os povos da Ásia.