Sábado da 5ª Semana Do Tempo Comum
13 de Fevereiro de 2021
Cor: Verde
Evangelho – Mc 8,1-10
Comeram e ficaram satisfeitos.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 8,1-10:
1 Naqueles dias, havia de novo uma grande multidão
e não tinha o que comer.
Jesus chamou os discípulos e disse:
2 ‘Tenho compaixão dessa multidão,
porque já faz três dias que está comigo
e não têm nada para comer.
3 Se eu os mandar para casa sem comer,
vão desmaiar pelo caminho,
porque muitos deles vieram de longe.’
4 Os discípulos disseram:
‘Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?’
5 Jesus perguntou-lhes: ‘Quantos póes tendes?’
Eles responderam: ‘Sete.’
6 Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão.
Depois, pegou os sete póes, e deu graças,
partiu-os e ia dando aos seus discípulos,
para que os distribuíssem.
E eles os distribuíam ao povo.
7 Tinham também alguns peixinhos.
Depois de pronunciar a bênção sobre eles,
mandou que os distribuíssem também.
8 Comeram e ficaram satisfeitos,
e recolheram sete cestos com os pedaços que sobraram.
9 Eram quatro mil, mais ou menos.
E Jesus os despediu.
10 Subindo logo na barca com seus discípulos,
Jesus foi para a região de Dalmanuta.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
São Beda
o Venerável (c. 673-735), monge beneditino, doutor da Igreja
«Homilias sobre S. Marcos», liv. II, cap. 8, cf. PL 92
«Tenho pena desta multidão»
O relato deste milagre permite-nos constatar as diferentes operações da divindade e da humanidade na única e mesma pessoa do nosso Redentor e, consequentemente, rejeitar para bem longe do símbolo dos cristãos e do próprio seio do cristianismo o erro de Eutiques, que ousou afirmar que, em Cristo, havia uma única operação. Percebemos, com efeito, que o sentimento de piedade que Nosso Senhor experimenta por esta multidão é um sentimento de compaixão próprio da natureza humana; e também que saciar a fome a quatro mil homens com sete pães e uns peixes é obra do poder divino. «Dos bocados que sobraram, encheram sete cestos».
A multidão que comeu e se saciou não levou consigo os restos dos pães, antes permitiu que os discípulos os recolhessem em cestos como anteriormente; esta circunstância, explicada no seu sentido literal, ensina-nos a ficarmos satisfeitos com o necessário, não querendo ir mais além. Em seguida, o evangelista dá-nos a conhecer o número dos que foram saciados: «Eram cerca de quatro mil pessoas. Então Jesus despediu-os». Notemos que Nosso Senhor não deseja despedir ninguém em jejum; pelo contrário, quer dar o alimento da sua graça a todos os homens.
No sentido figurado, há uma diferença entre este segundo milagre e a primeira multiplicação dos pães e dos peixes: a primeira representa a letra do Antigo Testamento, que estava como que cheia da graça espiritual do Novo, ao passo que a segunda representa a verdade e a graça do Novo Testamento abundantemente comunicada aos fiéis. A multidão que, segundo o testemunho de São Mateus, espera três dias para que os seus doentes sejam curados (Mt 15) representa os eleitos na fé da Santíssima Trindade que imploram o perdão dos seus pecados com uma oração perseverante, ou aqueles que se convertem ao Senhor pelos seus pensamentos, as suas palavras e os seus atos.
Intenção universal – A violência contra as mulheres
Rezemos pelas mulheres vítimas de violência, para que sejam protegidas pela sociedade e os seus sofrimentos sejam considerados e escutados.