Em nossa Diocese de Blumenau, optamos por vivenciar um ano dedicado à Liturgia, com especial ênfase à Eucaristia. E percebe-se como, de diversas formas, nossas paróquias e comunidades estão cumprindo esse compromisso. Na verdade, mais do que compromisso, trata-se de verdadeira atitude de justiça para com Deus, uma vez que ele nos cria, nos acompanha com sua providência paterna e acolhe-nos gratuitamente no banquete do seu Reino. Louvado seja Deus!
No entanto, o Dia de Corpus Christi, que já está chegando, deverá ser uma ocasião privivlegiada para colocarmos em prática a nossa opção diocesana. Será um oportunidade excelente de externarmos nosso amor, gratidão, adoração a Jesus realmente presente do Sacramento da Eucaristia.
Então vamos pensar nessa solenidade que, neste ano, transcorre no dia 23 de junho. Como vamos celebrá-la? O que é preciso ir preparando e providenciando para que seu brilho não seja tão pequeno, mas esteja à altura do Deus-Conosco, do Onipotente em nosso meio, na humilde aparência de pão.
O que significa
O nome Corpus Christi vem do latim e significa Corpo de Cristo. A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia – o sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.
Acontece numa quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue.
"O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente" (Jo 6,55-59).
Através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para continuar. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós.
Início
A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Em 1264, o papa Urbano IV através da Bula Papal "Trasnsiturus de hoc mundo", estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a Santo Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração.
Compôs o hino Lauda Sion Salvatorem (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes. A procissão com a hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.
No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.
A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento. A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ale é alimentado com o próprio corpo de Cristo.
Durante a missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.