Todas as semanas e todo o tempo são santos. Conforme o livro do Gênesis, Deus viu que tudo o que criara era bom! Entrou, porém, o mal no mundo pela ação do “pai da mentira”, o demônio, que seduziu Adão e Eva.
A encarnação de Jesus Cristo, o novo Adão, santificou novamente o tempo, pois a eternidade divina o permeou, vencendo a maldade. Esse acontecimento que se deu num determinado momento da história, bem precisado pelo testemunho dos evangelhos, estão perpetuados na memória dos povos,
notadamente aqueles que seguem a tradição cristã. O calendário gregoriano celebra anualmente o dia da Páscoa da Ressurreição, situando-o no mês de março ou abril. Ele contém o grande e definitivo mistério redentor. E a semana que antecede esse dia, condensa todos os acontecimentos finais da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Por isso, é justamente chamada de santa.
A nossa época, já cunhada de líquida, tem diluído bastante a sacralidade desses oito dias, transformando-os em feriadão, diversões, outras paralelas promoções.
Historicamente, a exclusão de valores fundamentais da convivência humana como os religiosos, trazem consequências sempre nocivas aos seres humanos e à criação.
Conclui-se que resgatar o inalienável significado religioso da Semana Santa, ou seja, uma sadia espiritualidade, torna-se fonte de bênçãos para as pessoas e a humanidade. Essas bênçãos, podemos nomeá-las como a primazia da vida; a paz, fruto da justiça social; a saúde do planeta; a eliminação da fome; a almejada felicidade. Pois Deus veio morar entre nós “para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).
Pe. Raul Kestring – Blumenau, 02 de abril de 2022