A vida de Plácido está ligada à do seu primo Mauro, também chamado de Amaro, por várias circunstâncias. Primeiro, porque ambos aos sete anos de idade foram entregues, pelos pais ao amigo Bento de Nórcia, celebrado pela Igreja como o “pai dos monges ocidentais”, para serem oblados à Cristo. Depois, porque Amaro o salvou da morte, na infância. Nesta ocasião, Bento, teve uma visão onde Plácido se afogava dentro de um lago, por isto mandou o pequeno Amaro correr para impedir o acidente. De fato, ele o salvou prodigiosamente, andando sobre as águas e o retirando com vida. Porém, após se tornarem sacerdotes, suas vidas se separam, e de maneira distinta cada um testemunhou sua fé em Cristo. Vejamos a trajetória de Plácido.
Plácido nasceu no ano de 514, em Roma. Os pais, nobres e ricos, eram Tertulo e Faustina, e os irmãos se chamavam Eutíquio, Flávia e Vitório. Plácido foi entregue a são Bento, que o tomou como discípulo e lhe dispensou um afeto paterno. O menino cresceu bondoso e assimilou os ensinamentos do Evangelho e o espírito ecumênico da mensagem beneditina. Tornou-se sacerdote e foi enviado para a cidade italiana de Messina, na Sicilia, para construir um mosteiro, do qual foi eleito o abade. Plácido o construiu fora dos muros da cidade. Ao lado do mosteiro ele também construiu uma igreja, dedicada a são João Batista.
Plácido, certa vez, recebeu a visita de seus irmãos, os três saudosos, decidiram ir para Messina, onde ficaram por um longo período, hospedados no mosteiro. Até que em setembro de 541, os árabes sarracenos, invadiram o mosteiro, destruindo tudo e matando os monges que encontravam pela frente. Depois, se voltaram contra os quatro irmãos, que seriam poupados se renegassem o seu Deus. Plácido falou por todos: “jamais trairemos a fé em Cristo e por isto estamos prontos para morrer”. Foram arrastados até a praia vizinha e brutamente mortos, tendo as cabeças decepadas. Os corpos foram recolhidos pelos monges sobreviventes e sepultados na igreja semidestruída.
Este mosteiro e a igreja foram destruídos e reconstruídos várias vezes por conta destes bárbaros. Só em 1099, a paz voltou a reinar na Sicília, com a sua expulsão definitiva . O então imperador Rugero, católico, mandou reconstruir tudo. No final da construção do grande edifício, o mosteiro foi elevado à condição de Priorado Geral. Mas o fato sensacional, ocorreu em 1588, quando o superior do mosteiro,vendo que o interior da igreja não tinha ventilação nem luz, mandou abrir três grandes portas. Para isto, tiveram que deslocar o altar maior, e foi aí que encontraram as relíquias dos quatro irmãos. A festa foi grande porque ao retirarem o corpo de são Plácido surgiu de improviso uma fonte de água puríssima, que os devotos atribuíram como milagrosa.
A igreja e o mosteiro foram totalmente destruídos, em 1918, quando ocorreu o maior terremoto de Messina. Mas as relíquias de são Plácido já estavam guardadas pelos beneditinos na Cripita da Capela do mosteiro de Montecassino, onde também estão as de seu primo.
A Igreja, em 1962, determinou que os dois primos sejam festejados no mesmo dia 15 de janeiro. Entretanto, o culto a são Plácido é muito intenso e os devotos o celebram também em 5 de outubro, data que lhe era dedicada anteriormente.
Outros santos e beatos:
São Macário, o Grande eremita (300-390.Contam-se no calendário 14 santos com esse nome.O santo deste dia é assinalado pelo qualificativo “Grande”, ou mais modestamente, pela justaposição do adjetivo “o Velho”, pois é o mais famoso e o primeiro na seqüência cronológica.
Nasceu no alto Egito, em um ambiente muito propício para a vida solitária de um eremita. Desde a mocidade, Macário amou a solidão e, para entregar-se tranqüilamente à oração e à meditação, fez construir uma cabana num local afastado.Para ganhar o próprio sustento, ou melhor, para não ficar sem trabalho — visto que o ócio é o pai de todos os vícios — tecia cestas e tapetes, enquanto guardava as ovelhas no campo.
Entretanto, um adolescente tão sério despertava curiosidade nas pessoas, ou quiçá também apetência pela vida devota; por esse motivo, Macário decidiu refugiar-se em pleno deserto. A seguir, continuou os estudos preparatórios para o sacerdócio, a fim de poder celebrar a eucaristia nas inumeráveis colônias monásticas que, atraídas por seu exemplo, cresciam ao redor cada vez mais.
Mas o deserto não constituiu uma muralha segura para defendê-lo dos ataques perpetrados pelos hereges arianos. Por isso, teve de passar a senilidade no exílio, ou seja, longe da comunidade cenobítica por ele fundada.
Santo Efísio(†303.Martirizado na época de Diocleciano. É objeto de muita veneração na Sardenha, particularmente em Cagliari, onde, a cada dia 1o de maio, seu martírio é relembrado com uma solene procissão, denominada “o 1o de maio cagliaritano”.
As Atas de seu martírio configuram um relato assaz imaginoso, redigido pelo padre Mauro, que se declara testemunha ocular das torturas cruéis infligidas ao santo. Embora não fidedigna, essa crônica concorreu para perpetuar o caráter popular da devoção a esse santo, fornecendo matéria para saborosas e pitorescas reconstituições literárias.
Santo Alexandre, o Insone (†430) — abade fundador dos denominados monges insones gregos, pois se revezavam noite e dia para cantar.
São Blatmaco — abade irlandês martirizado em 823 pelos dinamarqueses pagãos, que procurara evangelizar.
São Bonito — bispo beneditino (623-710), foi governador de Provença; renunciou ao episcopado para se tornar monge.
Santo Eugípio (†511) — sacerdote africano, companheiro de missão de são Severino de Nórica.
Beato Francisco Ferdinando Capillas (1606-1648) — dominicano espanhol, missionário na China, onde foi martirizado.
Santo Habacuc — profeta do século VII a.C., durante o período do cativeiro. Na Terra Santa, muitas igrejas foram construídas em sua honra. Trata-se do profeta que dirige muitas perguntas a Deus. Ao ver seu povo oprimido em terra estrangeira, indaga: “Como o podeis punir por mãos de gente ímpia e idólatra?”. Mas, por fim, entrega-se a um ato de fé e de abandono completo a Deus salvador.
santo Isidoro, o Egípcio (404) — sacerdote egípcio. Tomou a defesa de seu bispo, santo Atanásio, contra os arianos, e, por seu turno, precisou defender-se da acusação de heresia, levantada contra ele por são Jerônimo.
São Malard (†650) — bispo de Chartres.
Santas Maura e Brita — virgens martirizadas no século IV; são mencionadas por são Gregório de Tours.
São Máximo de Nola (†251) — bispo de Nola. Foi obrigado a refugiar-se nas montanhas durante a perseguição movida contra ele por Décio; são Félix, sacerdote de sua diocese, recolheu-o já quase morto pela fome.
Santa Mida (também conhecida como Ita ou Meda) — virgem irlandesa muito popular, morta em 750. Sua vida é rica de episódios pitorescos.
São Miquéias — profeta do século VIII a.C.; profetizou o nascimento de Cristo em Belém.
São Paulo de Tebas (230-342) — nobre egípcio, refugiou-se no deserto, onde permaneceu até a morte. De tempos em tempos recebia a visita de santo Antão. Costuma-se representá-lo junto com um pássaro que lhe traz a refeição.
São Públio de Zeugma (†380) — sírio, abade de uma numerosa comunidade.